O Egito, um dos principais mediadores entre Israel e o Hamas, intensificou os esforços com vista a alcançar uma trégua em Gaza e "conter" a crescente tensão no Médio Oriente, face às ameaças do Irão contra o Estado judeu.
De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, o ministro Badr Abdelatty manteve conversações telefónicas com os seus homólogos da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e da Turquia, na terça-feira.
"Os contactos centraram-se na coordenação e na intensificação dos esforços para conter as tensões regionais e evitar que a situação se descontrole", refere o comunicado.
O objetivo é "travar a guerra em Gaza, conseguir um cessar-fogo que permita a troca de reféns por prisioneiros e trazer ajuda para fazer face à situação catastrófica na Faixa de Gaza".
Estes contactos surgem num momento em que crescem as expectativas quanto a uma ronda de conversações prevista para quinta-feira, com vista a acordar uma trégua em Gaza, o que poderia também evitar um ataque iraniano ao Estado judaico, que o Irão responsabiliza pelo recente assassinato do líder do Hamas, Ismael Haniyeh, em Teerão.
Os Estados Unidos, o Egito e o Qatar, principais mediadores entre Israel e o Hamas, convidaram, na semana passada, as partes a reunirem-se no Cairo ou em Doha, para alcançarem uma trégua.
O Hamas já anunciou que não vai participar nas negociações.
Para além do cessar-fogo em Gaza, o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio também coordenou com os seus homólogos da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes Unidos e da Turquia "os esforços de mediação regionais e internacionais para chegar a acordo sobre uma trégua na guerra no Sudão", acrescentou o comunicado.
Irão diz que cessar-fogo poderá evitar ataque
O Irão diz que só um cessar-fogo poderá evitar uma retaliação contra Israel. A intenção foi anunciada à Reuters por três autoridades iranianas antes da decisão do Hamas de não participar nas negociações desta semana.
Uma das fontes garante que o Irão e os aliados, como o Hezbollah, só irão atacar diretamente território israelita se o acordo de tréguas falhar ou se perceberem que Israel está a atrasar as negociações.
Estas declarações contrariam a informação dos serviços secretos norte-americanos de que o Irão estaria a preparar-se para atacar Israel antes da nova ronda negocial para um cessar-fogo.