O Irão lançou duas vagas de mísseis em direção a Israel na manhã deste domingo. A primeira vaga foi composta por 22 dois mísseis e a segunda por cinco, naquele que está a ser apontado pela Al Jazeera como o primeiro ataque duplo em tão curto espaço de tempo. Segundo a estação de televisão passaram menos de trinta minutos entre as duas vagas de mísseis, quando é habitual que decorram várias horas entre as vagas.

O Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Telavive, instalações de investigação e “bases de apoio e várias camadas de centros de comando e controlo” foram os alvos dos mais recentes ataques com mísseis do Irão. A informação foi dada pela Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) à agência de notícias Tasnim. O espaço áereo está fechado e as companhias aéreas israelitas El Al, Israel Airlines, Arkia e Israir anunciaram já a suspensão dos voos de repatriação. A El Al vai mais longe e prolongou o cancelamento dos seus voos regulares até dia 27.

Entre as zonas atingidas este domingo estão os Montes Golã, a Alta Galileia e as regiões costeiras do norte e centro do país. Foram afetados mais de uma dezena locais distintos, quer diretamente pelos mísseis, quer por estilhaços de grande dimensão.

De acordo com as autoridades locais, os danos são mais expressivos em Telavive e Haifa, embora ainda não haja informações sobre os edifícios atingidos nestes ataques no primeiro dia útil da semana em Israel.

Os serviços médicos israelitas indicam que haverá pelo menos 20 feridos, embora este ainda seja um balanço provisório das autoridades locais. As equipas médicas continuam a trabalhar nas zonas atingidas. No ataque, foram utilizados mísseis de longo alcance com combustível líquido e sólido, avança agência de notícias Tasnim - afeta à Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC).

Silêncio “colocará o mundo perante um perigo sem precedentes”

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano condenou este domingo o ataque militar norte-americano contra as instalações nucleares do Irão. Abbas Araghchi considera que os bombardeamentos violam os princípios mais fundamentais da Carta das Nações Unidas e do direito internacional. Para o governante, trata-se de uma violação da "integridade territorial e a soberania nacional de um Estado-membro das Nações Unidas, realizada em colaboração de Israel.

“A República Islâmica do Irão reserva-se o direito de se defender com toda a força contra a agressão militar dos EUA”, diz Abbas Araghchi, citado pela agência de notícias Tasnim. Apelando às “Nações Unidas, ao Conselho de Segurança da ONU, ao Secretário-Geral da ONU, à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e a outras entidades internacionais competentes”, reforça que “o silêncio perante tal agressão flagrante colocará o mundo perante um perigo sem precedentes”.

“O mundo não deve esquecer que foram os Estados Unidos que, em pleno processo de esforços diplomáticos, traíram a diplomacia”, conclui.