
Os números do turismo regional continuam a apresentar crescimentos significativos, aliás, em consonância com os dados do movimento de passageiros nos aeroportos da Região Autónoma da Madeira (RAM), sendo que o alojamento turístico "registou, no mês de Junho de 2025, a entrada de 225,7 mil hóspedes, os quais geraram 1.154,6 mil dormidas, traduzindo variações homólogas positivas de 12,2% e 9,2%, respetivamente", refere hoje a DREM, com base na informação recolhida junto do sector. No total dos primeiros seis meses, já são quase 6 milhões de dormidas de quase 1,161 milhões de hóspedes entrados.
"O segmento da hotelaria concentrou 68,1% das dormidas de Junho de 2025 (786,4 mil), crescendo 5,1% em termos homólogos, enquanto o alojamento local (29,6% do total) e o turismo no espaço rural (2,3% do total) subiram 20,4% e 5,2%, pela mesma ordem", aponta a Direção Regional de Estatística da Madeira. "Para efeitos de comparabilidade com os dados divulgados pelo INE, é necessário excluir o alojamento local com menos de 10 camas (algo que a DREM continua a incluir nos dados, pois dá uma percepção mais concreta da informação e isso nota-se. "Segundo esta lógica de apuramento de resultados, as dormidas do alojamento turístico registaram um crescimento de 4,8% relativamente a Junho de 2024, variação superior à verificada a nível nacional (+3,1%)", ou seja, sem AL com menos de 10 camas a quebra é de quase metade (-4,4 pontos percentuais).
Por isso, e por comparação, "em Junho de 2025, todas as 9 regiões NUTS II registaram aumentos nas dormidas, tendo os maiores crescimentos ocorrido no Alentejo (+9,6%) e no Norte (+6,6%). Grande Lisboa (+0,1%) e a Região Autónoma dos Açores (+0,7%) observaram os aumentos menos expressivos. A RAM ocupou a quarta posição nas regiões com maior crescimento (+4,8%)", realça a DREM.
Também tem crescido "a taxa líquida de ocupação-cama do alojamento turístico na Região" uma vez que no mês em referência, esta "foi de 74,3%, +1,7 pontos percentuais (p.p.) face ao observado no mês homólogo (72,6%). Por sua vez, a taxa de ocupação-quarto atingiu os 84,4% (82,2% em Junho de 2024)", refere. Isto tendo por base uma estada média no conjunto do alojamento turístico que "fixou-se em 4,58 noites (4,71 noites em Junho de 2024)", dos poucos dados em quebra. "Os valores mais elevados continuam a ser observados na hotelaria (4,72 noites) e no alojamento local (4,37 noites), seguidos pelo turismo no espaço local, que apresenta a estada média mais baixa, com 3,50 noites".
Olhando ao acumulado, como referimos, "os hóspedes entrados no total do alojamento turístico da Região totalizaram 1.160,8 mil, o que representa um crescimento de 8,8% face ao período homólogo. Também as dormidas registaram um acréscimo, aumentando 8,5% em comparação com o mesmo período de 2024, quase atingindo os 6,0 milhões", evidencia.
Mercado nacional dispara e ocupa um raro 1.º lugar
"De realçar que os 10 principais mercados emissores representaram 83,5% do total das dormidas registadas em Junho de 2025. Destacaram-se, com um peso superior, Portugal (20,6% do total; +45,8% que em Junho de 2024) e a Alemanha (17,7% do total; +0,4%), que ocupou, novamente, a 2.ª posição neste ranking, ultrapassando o Reino Unido. O mercado britânico concentrou 16,5% do total de dormidas, registando um decréscimo de 1,7% face a junho de 2024. Na quarta posição, em termos de peso relativo no total de dormidas, encontra-se o mercado francês (7,9% do total; -8,2%), seguido pelo mercado polaco (6,2% do total; +17,6%)", resume a DREM.
Mas, em termos acumulados de Janeiro a Junho de 2025, "os dois principais mercados emissores registaram variações homólogas nas dormidas em sentidos opostos: o mercado alemão registou um aumento de 1,0%, enquanto o mercado britânico apresentou uma quebra de 1,3%. Já o mercado de residentes em Portugal (terceiro principal mercado) registou uma variação homóloga positiva mais significativa para o referido período, com um crescimento de 36,5%", aponta.
Nota para os proveitos totais e os proveitos de aposento que, em Junho, "registaram crescimentos homólogos de 17,7% e 20,0%, respectivamente, fixando-se, pela mesma ordem, em 82,3 milhões de euros e 58,9 milhões de euros. No total do País, no mesmo mês, os proveitos totais também registaram uma variação homóloga positiva (+7,6%), tal como os proveitos de aposento, que evidenciaram um crescimento de 7,9%".
Já "em termos acumulados, as variações, na Região, foram de +20,3% e +22,2%, respetivamente, totalizando, de Janeiro a Junho de 2025, os 404,5 milhões de euros, no caso dos proveitos totais, e os 289,4 milhões de euros, no que se refere aos proveitos de aposento".

Isto deve-se ao facto de o preço por quarto estar já a níveis impensáveis há pouco tempo. "No mês de Junho de 2025, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) rondou os 107,03 euros no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local abaixo das 10 camas), +17,2% que no mesmo mês do ano precedente. Por sua vez, o rendimento médio por quarto utilizado (ADR) no alojamento turístico passou de 111,12€, em Junho de 2024, para 126,82€, em Junho de 2025 (+14,1% de variação homóloga)".
Nos seis meses de Janeiro a Junho de 2025, "o RevPAR no conjunto do alojamento turístico (excluindo o alojamento local com menos de 10 camas) situou-se nos 89,73 euros, representando um aumento de 20,3% face ao período homólogo. No sector da hotelaria, o RevPAR foi de 96,03 euros, correspondendo a uma subida de 21,2%. Quanto ao ADR, os valores foram superiores, fixando-se nos 116,86 euros no conjunto do alojamento turístico (+16,7% em relação ao período homólogo) e nos 120,11 euros na hotelaria (+17,0%)", aponta.
Golfe e cruzeiros também crescem nos dois dígitos
No que toca ao Inquérito aos Campos de Golfe, um sub-indicador associado ao turismo, este "indica a realização de 49.673 voltas nos três campos de golfe da RAM, entre Janeiro e Junho de 2025 (+14,2% que no período homólogo), tendo esta atividade gerado cerca de 2,6 milhões de euros de receitas (+9,5% que no mesmo período do ano precedente). 80,0% das voltas foram realizadas por não sócios (77,9% nos primeiros seis meses de 2024), provenientes na sua maioria dos Países Nórdicos, Alemanha e Reino Unido. Os estabelecimentos hoteleiros e afins venderam 63,7% das voltas, os campos de golfe 23,8% e os restantes 12,5% foram transacionados pelos operadores turísticos (por idêntica ordem, 63,7%; 25,2% e 11,2% no mesmo período de 2024)".
Quanto ao turismo de cruzeiros, que serve como complemento e contado quase sempre à parte, pois a maioria dos cruzeiristas vem em trânsito, "de acordo com os dados fornecidos pela Administração dos Portos da RAM, no 1.º semestre deste ano, foram contabilizados 374 058 passageiros em trânsito, nos 171 navios de cruzeiro que atracaram nos portos da RAM. Se comparado com o mesmo período do ano anterior, realizaram-se mais 32 escalas, com um incremento no número de passageiros em trânsito a se fixar nos 10,9%", conclui.