As cidadãs dinamarqueses que completarem 18 anos hoje serão convocadas para o Dia das Forças Armadas em 2026, altura em que poderão ter que cumprir 11 meses de serviço militar obrigatório, se não houver voluntários suficientes, disse a instituição militar.

Isto representa uma mudança "histórica" no país, que introduz a igualdade total no exército, frisa a instituição.

A reforma da lei, adotada por larga maioria no parlamento dinamarquês, entrou em vigor esta terça-feira e resulta de um acordo de defesa de 2023 que dizia que o serviço militar deveria ser fortalecido e introduzir a igualdade entre homens e mulheres.

"Quando abrimos as portas para homens e mulheres exatamente nos mesmos termos, usamos todo o conjunto de talentos da Dinamarca. Isso dá-nos mais poder de combate e envia um sinal claro de que as Forças Armadas são uma comunidade moderna onde todos podem contribuir para a defesa do Reino da Dinamarca", afirmou o chefe da Defesa, Michael Wiggers Hyldgaard, em comunicado.

Com a igualdade de género nas Forças Armadas, dá-se o início uma reforma gradual do próprio serviço militar, pois a partir de agosto de 2026 será introduzido o novo serviço militar, mais longo, com uma duração inicial de 11 meses, e não de quatro meses.

Nos primeiros cinco meses os novos militares recebem um treino básico extensivo que dará aos recrutas uma base militar sólida.

Os seis meses restantes serão dedicados ao serviço operacional, período no qual os recrutas participarão em tarefas específicas no Exército, na Marinha, na Força Aérea ou no Comando de Operações Especiais.

Forças armadas precisam de recrutar mais pessoas

O ministro da Defesa dinamarquês, Troels Lund Poulsen, realçou recentemente que, à luz da atual situação da política de defesa e segurança, as forças armadas precisam de recrutar mais pessoas e, portanto, é "um sinal importante" que a igualdade entre homens e mulheres tenha sido antecipada para 1 de julho de 2025.

Inicialmente, previa-se que a igualdade total no serviço militar fosse introduzida só no início de 2027.

Finalmente, em março passado, o partido Aliança Liberal, uma das duas forças políticas que se opunham ao recrutamento de mulheres, juntamente com os xenófobos Democratas Dinamarqueses, anunciou que não se opunha mais aquela iniciativa.

As autoridades dinamarquesas pretendem recrutar 7.500 pessoas por ano, um número maior do que em 2023, quando 4.700 se alistaram voluntariamente.