
A greve dos tripulantes de cabine da SATA Air Açores, que estava prevista começar na sexta-feira, foi desconvocada, após ter sido alcançado um entendimento entre a administração e os representantes sindicais, anunciou esta quinta-feira a companhia aérea.
"A decisão resulta de um entendimento alcançado entre a administração da companhia aérea e os representantes sindicais, na sequência de um processo de diálogo que permitiu responder a preocupações relacionadas com a progressão na carreira e com a melhoria da climatização a bordo", adianta a SATA em comunicado.
A greve dos tripulantes de cabine tinha sido convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) para o período de 18 a 24 de julho.
Fim da greve permite regularizar a "operação aérea interilhas numa fase crítica do ano"
A companhia aérea açoriana anuncia que a desconvocação da greve vai permitir regularizar as ligações interilhas e agradece a compreensão dos passageiros e parceiros "durante este período de incerteza".
"O desfecho positivo permite perspetivar a regularidade da operação aérea interilhas numa fase crítica do ano, marcada por elevada procura turística e forte mobilidade entre as nove ilhas do arquipélago", lê-se na nota de imprensa.
A transportadora reafirma, também, o compromisso de uma "melhoria gradual e contínua das condições de trabalho dos colaboradores e com a prestação do serviço público de transporte aéreo".
Tripulantes querem valorização salarial e melhores condições de trabalho
A 4 de julho, foi anunciada uma greve dos tripulantes de cabine da SATA Air Açores, para o período de 18 a 24 de julho, reivindicando uma valorização salarial e melhores condições de trabalho a bordo das aeronaves, segundo disse então à Lusa o sindicalista Ricardo Penarróias.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que convocou a paralisação dos cerca de 60 trabalhadores da SATA Air Açores (que assegura as ligações entre as nove ilhas), o acordo negociado e a proposta apresentada está "aquém das expectativas", não conseguindo "atenuar o fosso que vem existindo ao longo dos anos com outras classes profissionais".
"A empresa, ao longo dos anos, foi desvalorizando os tripulantes da Sata Air Açores", lamentou Penarróias, salientando que estes "exigem as mesmas condições que têm os outros trabalhadores do grupo".