Uma menina carrega a irmã mais novas às costas. Caminha, descalça, na estrada, sob o sol escaldante, por mais de dois quilómetros. A irmã está ferida. Foi atropelada.
Foram encontradas, por acaso, por um fotojornalista no terreno, que gravou o momento e o divulgou nas redes sociais, depois de ajudá-las a regressar a um acampamento.
São duas entre as 700 mil crianças deslocadas, na Faixa de Gaza, que vivem, atualmente, em abrigos ou acampamentos sem acesso a cuidados médicos, condições básicas de saneamento, ou mesmo comida e água suficientes, de acordo com a UNICEF.
A agência das Nações Unidas para a Palestina fala em sucessivos bombardeamentos e sublinha que a ajuda continua a chegar a conta-gotas.
Sob nova ordem de retirada, a região Norte assiste a mais uma fuga em massa para o Centro e Sul do enclave.
Ataques israelitas continuam em Gaza e no Líbano
O ritmo dos ataques de Israel em Gaza não para, assim como no Líbano. O exército israelita voltoua bombardear o que garante serem alvos do Hezbollah no centro e no sul do território libanês.
“Tenho um irmão que ainda está debaixo dos escombros. O telemóvel dele continua a tocar. Estamos a tentar procurá-lo”, conta um cidadão libanês, a pós o último ataque.
O grupo xiita pró-Palestina respondeu com uma nova ofensiva contra várias cidades israelitas. Os ataques aéreos foram lançados horas antes da chegada a Telavive do chefe da diplomacia norte-americana.
As sirenes voltaram a disparar, mas o ataque que teve como alvo Telavive e também os arredores de Haifa foi travado pelas baterias antiaéreas.
Num ataque com mais de uma dezena de mortos, Israel bombardeara, na segunda-feira, as imediações do maior hospital público libanês. Alega que a unidade de saúde em Beirute escondia um abrigo subterrâneo. A direção do hospital classifica a acusação como infundada, mas Israel não recua. Adianta que vai repetir os ataques que iniciou no domingo contra uma instituição financeira libanesa, que acusa de financiar o Hezbollah.
Com a região debaixo de fogo, ochefe da diplomacia dos Estados Unidos da América regressou, esta terça-feira, a Telavive. Esta é já a11.ª visita que faz ao território em apenas um ano. Vai à procura de reabrir caminhos para um eventual cessar-fogo e para a chegada de ajuda humanitária.