
O líder parlamentar do Chega saudou a aproximação do Governo em propostas sobre a imigração, mas avisou que o executivo deve escolher o seu partido preferencial de diálogo e não pode negociar com o seu partido e o PS em simultâneo.
Em declarações à agência Lusa, em antecipação do debate do estado da nação, na quinta-feira, na Assembleia da República, o líder da bancada do Chega considerou que "o país não está bem", mas salientou que o Governo demonstra "um pouco mais disponibilidade" para dialogar com o partido, nomeadamente em matérias como a imigração.
Pedro Pinto considerou que o "Governo tenta ir um pouco a reboque do Chega", mas que esse é "um bom sinal" e significa que o partido liderado por André Ventura está a apresentar "propostas boas e válidas para o funcionamento e o progresso do país".
O presidente da bancada do Chega salientou, no entanto, que o executivo "não pode dialogar com o PS e o Chega ao mesmo tempo porque são dois partidos em campos totalmente opostos um do outro" e tem que optar por uma parceria preferencial em nome da estabilidade da governação.
O líder parlamentar do Chega referiu a aprovação do PS à descida do IRS proposta pelo Governo para afirmar que esse tipo de acordos não poderia acontecer com o seu partido porque o Chega "quer uma baixa radical de impostos".
"Eu percebo que o PSD terá mais dificuldade em negociar connosco essa baixa de impostos do que com o Partido Socialista, porque, com o PS, eles fazem sempre aquela coisa para os portugueses não sentirem no bolso que existe uma baixa de impostos", acrescentou.
Pedro Pinto apontou ainda a situação da saúde no país, com problemas da resposta do INEM e dos serviços de urgência, como a principal questão sobre a qual o Governo deve responder ao parlamento.
"É uma coisa que o PSD se comprometeu a resolver, que o PSD se tinha comprometido a resolver durante o primeiro ano do mandato, passaram 14 meses e não o resolveu, continua sem solução à vista", acrescentou.
Pedro Pinto abordou ainda a demora da justiça como outra das principais questões por resolver no país, salientando que a "justiça não pode funcionar desta maneira" e "tem que ser mais célere" e pedindo mais respostas para o combate à corrupção.
Está agendado para a próxima quinta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o XXV Governo Constitucional tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.