
O deputado Francisco Gomes, eleito pelo CHEGA para a Assembleia da República, expressou “profunda preocupação” com os dados recentemente divulgados pela Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, que apontam para um aumento do número de cidadãos a viver nas ruas, tanto a nível nacional como na Região Autónoma da Madeira.
Em nota de imprensa, o partido revela que, segundo o relatório, o número de pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal mais do que duplicou desde 2018, passando de cerca de seis mil para mais de treze mil.
Na cidade do Funchal, o parlamentar diz que os números também são inquietantes. Apontando para a mesma fonte, afirma que, em 2020, havia 137 pessoas identificadas como sem-abrigo, mas que, em 2025, esse número subiu para 177, representando um aumento próximo dos 30%. Para Francisco Gomes, estes dados são “inaceitáveis e reveladores da fraca eficiência de algumas das políticas sociais do governo regional”.
"Vivemos numa Região que gosta de exibir recordes de PIB, mas não consegue dar resposta aos que caíram no fundo da escala social. Temos mais sem-abrigo, mais alcoolismo, mais droga, polícia com menos meios e um governo que governa para os amigos e para os grupos económicos do costume", disse.
O deputado considera que a Madeira está a exibir sinais cada vez mais claros de um “desequilíbrio social” que considera “perigoso”, pois, a ser ver, aponta para o “aumento do fosso entre os mais ricos e os mais pobres”, bem como para o “desaparecimento gradual da classe média”. Afirma que o crescimento económico que se anuncia “não está a ser reinvestido corretamente” e que a exclusão social está a tornar-se estrutural.
Francisco Gomes defende ainda que o governo regional tem a obrigação moral de gerar oportunidades reais para o desenvolvimento humano, o que implica criação de emprego digno, e não “programas de desemprego travestidos de integração”. Rejeita o modelo de dependência institucional e apela a políticas públicas centradas na dignidade das pessoas.
E concluiu: "Os madeirenses merecem mais do que um governo de propaganda. Merecem um governo que olhe por eles, que promova justiça social e que não transforme o poder político numa agência de negócios para meia dúzia de privilegiados".