O protesto, que começou na Times Square, no centro de Manhattan, e seguiu em formato de marcha pelas ruas da cidade, juntou várias centenas de pessoas que erguiam cartazes onde se podia ler: "Queremos dinheiro para as necessidades do povo, não para mais guerras", "Parem a guerra contra o Irão", "Democratas e Republicanos são partidos de guerra" ou "Esmaguem o sionismo e o imperialismo".

Nos cartazes podiam também ler-se ataques diretos ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ter dado a ordem de ataque contra o Irão na noite de sábado.

"Estão a atacar civis no Irão, não sabemos ao certo quantos já foram mortos. Sabemos que o Governo iraniano também nos vê a nós, diáspora, como inimigos. (...) Mas Israel é uma nação genocida, que está a matar milhares de pessoas no Médio Oriente e a América é uma nação imperialista e que está a juntar-se a esta nação genocida", dizia um dos oradores, sendo aplaudido pelos manifestantes.

"A América tem instigado isto, mantendo as suas intenções imperialistas. Esta opressão tem de acabar", acrescentou o homem, que se identificou como sendo iraniano.

No protesto foram também erguidas bandeiras da Palestina, do Irão e dos Estados Unidos.

Entre as centenas de pessoas que marcaram presença nos protestos estavam dezenas de judeus, que se demarcaram das ações do atual executivo israelita, a quem "não autorizam a falar em nome do povo judeu".

"Sionismo=Nazis", lia-se num cartaz levantado por uma idosa.

A manifestação em Nova Iorque faz parte de um movimento nacional que se estendeu a outras cidades do país, como Los Angeles e Washington DC, e foi organizado pela coligação ANSWER, uma organização anti-guerra.

O protesto acontece também num momento em que Nova Iorque está em "alerta máximo" devidos aos ataques norte-americanos ao Irão.

A governadora nova-iorquina, Kathy Hochul, afirmou que os serviços de informação não têm informações de que Nova Iorque esteja sob alguma ameaça credível, mas insistiu que a situação seria levada a sério, dado o "perfil global" do estado.

"Todas as agências, serviços públicos e outras instalações críticas de infraestruturas estão em alerta máximo para monitorizar qualquer possível perturbação. Como precaução, a MTA [companhia responsável pelo transporte público de Nova Iorque] e a Autoridade Portuária ativaram proteções antiterrorismo", disse Hochul num comunicado hoje divulgado.

Aviões norte-americanos bombardearam três instalações nucleares no Irão, juntando-se à ofensiva lançada por Israel em 13 de junho, justificada pela criação iminente de uma bomba nuclear, o que é refutado por Teerão.

*** Marta Moreira, da agência Lusa ***

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