"É uma classificação que orgulha Cabo Verde, que valoriza a nossa democracia e os profissionais da imprensa livre. A liberdade de imprensa é uma construção coletiva, um desafio diário e permanente", afirmou o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Lourenço Lopes, à margem de uma conferência sobre o tema, no âmbito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se assinala no sábado.

"Não nos devemos vangloriar quando subimos, nem declarar luto quando descemos. É um sinal encorajador, mas que exige responsabilidade de todos --- Governo, sociedade civil e jornalistas", acrescentou, dizendo que o Governo não espera simpatia da imprensa, mas sim independência, isenção e promoção do pluralismo.

Lourenço Lopes assinalou também a necessidade de melhorar as condições de trabalho nos órgãos públicos e privados, à semelhança do que já foi feito com o novo plano de carreiras na Agência Cabo-verdiana de Notícias (Inforpress).

Apontou ainda os desafios da era digital, da inteligência artificial e da desinformação, sublinhando a importância de investir na formação dos jornalistas e na literacia mediática.

"Cabo Verde é uma referência de democracia em África, e isso deve-se, em grande parte, ao nível de liberdade de imprensa que conseguimos alcançar", acrescentou.

O presidente da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), Geremias Furtado, mostrou-se satisfeito com a posição alcançada, mas referiu que há muito por fazer.

"Ficamos felizes com a subida num 'ranking' tão importante, mas não podemos achar que já está tudo feito. É preciso continuar a trabalhar", afirmou.

Entre os principais problemas, apontou a precariedade laboral: "Temos jornalistas com salários baixos, contratos a prazo, sobrecarga de trabalho e outras situações que não nos satisfazem".

Cabo Verde subiu 11 lugares e ocupa agora a 30.ª posição entre 180 países no Indice Mundial da Liberdade de Imprensa 2025, com uma pontuação de 74,98, segundo os Repórteres Sem Fronteiras.

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