Israel lançou ataques em toda a Faixa de Gaza na segunda-feira, matando pelo menos 31 pessoas - mais de metade mulheres e crianças- segundo as autoridades de saúde, quando as forças israelitas prosseguem com uma grande ofensiva na maior cidade do território palestiniano.

Pelo menos 13 pessoas foram mortas na Cidade de Gaza, onde Israel realizou vários ataques de grande escala desde que militantes liderados pelo movimento palestiniano Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando o atual conflito.

Israel afirma que tem como alvo apenas os militantes e culpa o Hamas pelas mortes de civis, uma vez que o grupo militante - agora reduzido em grande parte a uma organização de guerrilha - opera em áreas densamente povoadas.

Os residentes da Cidade de Gaza, muitos obrigados pela guerra a fugirem por várias vezes, enfrentam agora a dupla ameaça dos combates e da fome.

Um total de 63.557 palestinianos foram mortos na guerra, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que afirma que outras 160.660 pessoas ficaram feridas. O ministério não diferencia entre civis e combatentes na contagem, mas afirma que as mulheres e as crianças representam cerca de metade dos mortos.

"Assenta inteiramente na campanha de mentiras do Hamas e no branqueamento dessas mentiras por parte de terceiros"

O ministério, pertencente ao governo liderado pelo Hamas, integra profissionais médicos e as agências da ONU e muitos peritos independentes consideram os seus números a estimativa mais fiável de baixas de guerra. Israel contesta-os, mas não divulgou qualquer balanço.

Também na segunda-feira, a Associação Internacional de Académicos do Genocídio (IAGS, na sigla em inglês), a maior associação de especialistas nesse crime contra a humanidade, classificou as ações de Israel na Faixa de Gaza como "um genocídio" e instou o Governo israelita a cessar os ataques contra civis e a "deslocação forçada" da população.

Em resposta, Israel considerou como vergonhoso o relatório da IAGS, dizendo que o documento "assenta inteiramente na campanha de mentiras do Hamas e no branqueamento dessas mentiras por parte de terceiros", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, na rede social X.

O ministério defendeu que houve uma "tentativa de genocídio do Hamas contra o povo judeu, assassinando 1.200 pessoas, violando mulheres, queimando vivas famílias e declarando o seu objetivo de matar todos os judeus".

Por seu lado, o Hamas afirmou que o relatório representa uma nova prova legal sobre a situação no enclave, constituindo uma "mancha de vergonha" para a comunidade internacional.

A denúncia do maior grupo de peritos em genocídio junta-se às de dezenas de associações, organizações não-governamentais (ONG) e organizações internacionais, como a ONU, que têm classificado as ações de Israel na Faixa de Gaza como genocídio ou possível genocídio.