
Pelo menos 12 pessoas morreram e 48 ficaram feridas na madrugada de hoje em Kiev devido a um ataque massivo russo com 629 'drones' e mísseis contra o território ucraniano, declararam as autoridades ucranianas. O balanço anterior indicado pelas autoridades locais era de oito mortos e 45 feridos.
Entre os mortos estão três crianças, disse o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, citando dados preliminares. Espera-se que os números possam aumentar, enquanto as equipas de resgate permanecem no terreno para resgatar as pessoas presas sob os escombros.
Foi o primeiro grande ataque combinado russo a Kiev em semanas, enquanto os Estados Unidos lideram os esforços de paz.
"Estes mísseis e drones de ataque russos são uma resposta clara a todos aqueles que, durante semanas e meses, apelaram para um cessar-fogo e para uma verdadeira diplomacia no mundo. A Rússia escolhe os mísseis balísticos em vez da mesa de negociações. Escolhe continuar a matar em vez de acabar com a guerra", afirmou o Presidente ucraniano.
"Esperamos uma reação da China ao que se está a passar", exigiu o Presidente ucraniano, referindo que Moscovo tem ignorado até agora os apelos de Pequim. Volodymyr Zelensky pediu ainda a aplicação de novas sanções contra a Rússia, de forma a responsabilizá-la, uma vez que "todos os prazos expiraram, dezenas de oportunidades de diplomacia foram arruinadas".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, denunciou que mísseis russos atingiram esta quinta-feira a delegação da União Europeia (UE) em Kiev, na Ucrânia.
António Costa, condenou a ação "deliberada" da Rússia numa "noite de ataques mortíferos" com mísseis russos a serem lançados contra civis e pessoal da delegação da União Europeia (UE) em Kiev, na Ucrânia.
Entretanto, o ministro do Interior, Igor Klimenko, disse na televisão que sete pessoas foram dadas como desaparecidas num bloco de apartamentos no na área de Darnitsky, o que significa que o número de mortos pode aumentar.
Kiev não foi o único alvo dos ataques russos esta noite, uma vez que na região central de Vinnytsia as autoridades regionais comunicaram um ataque a uma instalação de energia, que cortou temporariamente a eletricidade a 60.000 consumidores em 29 localidades.
Pelo menos três bairros da cidade foram alvos de um "ataque maciço", segundo o presidente da câmara, Vitali Klitschko. O ataque fez pelo menos quatro feridos, que foram hospitalizados.
O chefe da administração militar da capital, Tymour Tkatchenko, referiu no Telegram a ocorrência de um "ataque balístico russo" que provocou, nomeadamente, incêndios numa creche e num edifício residencial.
Para além dos ataques na capital, a companhia ferroviária ucraniana relatou um "forte ataque" russo, que causou cortes de energia na região de Vinnytsia (centro), provocando atrasos nos comboios.
Os ataques na Ucrânia e na Rússia têm continuado nos últimos dias, apesar da intensa atividade diplomática para tentar pôr fim ao conflito desencadeado em fevereiro de 2022 pela invasão russa.
O exército russo, que ocupa cerca de 20% da Ucrânia, no leste e no sul, acelerou o avanço no terreno nos últimos meses, beneficiando do enfraquecimento da resistência ucraniana, com menos efetivos e menos bem equipada.
Pela primeira vez na passada terça-feira, a Ucrânia reconheceu que soldados russos entraram na região de Dnipropetrovsk (centro-leste), onde Moscovo já reivindicava avanços desde julho.
Com Lusa