Num setor assente em turnos extenuantes, grelhas rígidas e escassez crónica de profissionais, a MyCareforce surgiu com uma proposta radicalmente simples — dar aos profissionais de saúde o poder de escolher quando e onde querem trabalhar. Criada em Portugal, em 2021, por uma equipa jovem, esta startup aposta na flexibilidade como resposta à rigidez do sistema. Através de uma plataforma digital que liga enfermeiros e técnicos a turnos disponíveis em hospitais, clínicas e lares, a empresa já intermediou mais de 750 mil horas de trabalho e conta com mais de 21 mil profissionais registados e 300 unidades de saúde parceiras. A expansão internacional também já é uma realidade, com a entrada no Brasil sob a marca Clicknurse, em 2024.

João Hugo Silva, o CEO e cofundador, tinha apenas 24 anos quando lançou a startup com Pedro Cruz Morais, colega de percurso na área da Economia. João estudou em Coimbra e em Lisboa, tendo também passado por França, e confessa que sempre teve uma mentalidade de "resolver problemas", antes mesmo de perceber bem o que era o empreendedorismo. A pandemia de covid-19 foi o ponto de viragem: enquanto os hospitais entravam em colapso, ele e Pedro perceberam que a escassez de enfermeiros era um problema estrutural, e não apenas conjuntural. Validaram o desafio no terreno, falaram com diretores hospitalares e decidiram arriscar. A saúde, apesar de ser um setor altamente regulado e sensível, tornou-se o espaço certo para aplicar a lógica de um marketplace digital com impacto real.

Nesta entrevista ao SAPO, o CEO da MyCareforce, João Hugo Silva, e a Head Nurse da empresa, Tânia Simões, falam sobre a origem do projeto, os desafios éticos e regulatórios, o papel da tecnologia e a visão de um futuro onde o trabalho em saúde pode ser ao mesmo tempo mais humano e mais digital.

“Nós não criámos o problema. Somos o resultado dele”: a startup que quer revolucionar o trabalho na área da saúde
“Nós não criámos o problema. Somos o resultado dele”: a startup que quer revolucionar o trabalho na área da saúde João Hugo Silva, CEO da MyCareforce e Tânia Simões, Head Nurse do projeto. créditos: DR

Como foi a experiência de entrar num setor que inicialmente lhe era desconhecido, como o da saúde, tendo em conta as suas dinâmicas específicas e uma estrutura muitas vezes marcada por hierarquias e processos muito estabelecidos?

[João Hugo Silva] Não é de facto fácil navegar no setor da saúde. Mas, curiosamente, acho que o facto de não sermos da área foi o que nos permitiu chegar até aqui. Pode parecer contraditório, mas ao longo dos últimos anos ouvimos muitas pessoas, até profissionais da saúde ou de tecnologia, dizerem: “Pensei em criar algo parecido, mas é demasiado complexo, a integração dos profissionais nas unidades, as regulações...” Como nós não tínhamos essa consciência tão clara da complexidade do setor, avançámos. E essa ignorância, no bom sentido, acabou por ser uma vantagem. Em vez de ficarmos bloqueados por todas as variáveis que alguém do setor já conhece à partida, fomos enfrentando os desafios um a um, resolvendo-os de forma gradual.

O setor surpreendeu-me pela sua complexidade e estrutura hierárquica. Estávamos em plena pandemia, quando arrancámos oficialmente em janeiro de 2021. Eu estava no Brasil nessa altura, mas em Portugal estava tudo confinado. Achei, ingenuamente, que dada a necessidade urgente seria fácil entrar nas unidades de saúde. Estava completamente enganado. É verdade que fechámos o primeiro cliente logo em janeiro, mas o segundo só surgiu em maio. Foram quatro meses a fazer chamadas sem resultados. E foi aí que percebi que este é um setor onde tudo depende da confiança — confiança nas pessoas que estão por trás das soluções. As instituições querem saber se os fundadores são sérios, se estão aqui por oportunismo ou com verdadeiro compromisso. Se trabalham com ética, se compreendem o impacto do que estão a propor. E eu hoje entendo isso perfeitamente. Faz sentido.

Agora, por exemplo, nesta minha vinda a Portugal, fechámos finalmente contrato com os Lusíadas. E com isso, estamos neste momento a trabalhar com os quatro grandes grupos privados: CUF, Trofa Saúde, Luz e Lusíadas. Mas só agora, passados quatro anos e meio. Não é porque o problema surgiu agora, o problema é estrutural, mas foi agora que ganhámos a confiança necessária. E isso é o mais difícil na saúde: conquistar a confiança leva tempo. Este setor é uma maratona. Nenhuma seguradora nasceu da noite para o dia. Os grandes grupos de saúde que hoje são referências em Portugal estão cá há décadas, a construir marca e credibilidade. E a saúde tem outra particularidade: o “cliente” não é só uma pessoa. Para entrar num hospital temos de falar com a direção executiva, com o departamento jurídico, com o financeiro, com a enfermagem, com a equipa médica... É muito diferente de vender a um consumidor final, onde basta conquistar uma decisão individual.

“O nosso crescimento não é movido pela exploração de uma falha, mas pela resposta a uma necessidade real, urgente e persistente.”

Como é que funciona, na prática, a plataforma da MyCareforce, tanto para os profissionais de saúde como para as instituições?

[João Hugo Silva] A MyCareforce é, no fundo, um marketplace que liga profissionais de saúde a unidades de saúde. Por isso mesmo, temos dois tipos de clientes e duas plataformas distintas: uma orientada para os profissionais e outra para as instituições. Na altura do lançamento, já tínhamos um contrato apalavrado com o Hospital Nossa Senhora da Arrábida, atualmente integrado no grupo EMEIS. Por isso, decidimos começar pelo lado dos profissionais, uma vez que era preciso ter oferta para apresentar às unidades. E assim começámos a construir a base.

E como se materializa?

[João Hugo Silva] Os profissionais usam uma aplicação móvel que tem várias secções. A primeira é o perfil, onde inserem dados pessoais e profissionais: nome, morada, fotografia, data de nascimento, dados bancários (necessários para o pagamento dos turnos), número da cédula da Ordem dos Enfermeiros, experiência, certificações, formação e até o tamanho do uniforme, que ajuda as unidades a preparar os materiais certos para a receção do profissional. Depois há uma secção com todos os turnos disponíveis publicados pelas unidades de saúde. Uma outra página é dedicada a vagas full-time, não sendo o nosso foco principal, damos a possibilidade às instituições de recrutar profissionais em regime de contrato, caso necessário. Existe ainda uma área de atividade, onde os profissionais podem acompanhar as suas candidaturas, turnos futuros e o seu histórico. Por fim, temos a wallet, uma carteira digital onde é possível consultar os valores acumulados e fazer o levantamento dos montantes a receber.

E como se processa do lado das instituições?

[João Hugo Silva] Após criarem conta (com apoio da nossa equipa ou de forma autónoma), podem publicar os seus pedidos. Por exemplo: “Preciso de um enfermeiro das 8.00 às 16.00 para o Bloco Operatório, para funções de instrumentista”. Esse turno é então publicado na plataforma. Quando um profissional visualiza esse turno, o objetivo não é simplesmente que se candidate a um turno isolado. A ideia é mais ampla: ele está a candidatar-se para integrar uma equipa complementar que responde a uma necessidade recorrente daquela unidade. É um modelo que procura estabilidade, não apenas respostas pontuais.

O matching que fazemos é baseado nas qualificações do profissional e nas exigências específicas do serviço. Por exemplo, se for para o Bloco Operatório, não podemos, nem queremos, que vá alguém sem formação ou experiência adequada. São áreas altamente sensíveis. Tentamos mitigar todos os riscos associados a trabalhar em saúde, com validação cuidadosa de perfis, cruzamento de dados e transparência.

E posso dizer, com orgulho, que em quatro anos a operar em Portugal, tivemos pouquíssimos incidentes, um ou dois casos pontuais, semelhantes aos que ocorrem diariamente em qualquer hospital, como um pequeno erro de medicação ou distrações com material. E isso reforça que, quando o profissional certo está no lugar certo, o sistema funciona.

“O setor precisa de uma mudança de mentalidade, sobretudo ao nível da gestão hospitalar.”

Qual é o diferencial competitivo da MyCareforce num setor onde muitos tentam inovar, mas poucos conseguem escalar e consolidar a proposta de valor?

[João Hugo Silva] Diria que o nosso maior diferencial foi, curiosamente, a nossa ignorância inicial, no bom sentido. Não virmos da área da saúde permitiu-nos olhar para os problemas com uma perspetiva fresca, sem nos sentirmos logo limitados pela complexidade estrutural do setor. E, claro, a tecnologia teve um papel absolutamente central desde o início.

Há quem diga que somos o “Uber da enfermagem”. E, sim, é uma analogia fácil de fazer, mas é incompleta. No Uber, pouco importa quem é o condutor, desde que te leve do ponto A ao ponto B. No nosso caso, a identidade e a qualificação do profissional são tudo: importa saber que formação tem, que experiências acumulou, que tipo de contexto hospitalar conhece. Importa a integração que vai ter naquele serviço, com aquela equipa, naquela instituição. É infinitamente mais complexo.

O que fizemos foi aplicar tecnologia para resolver um problema real, sem tentar criar um “produto perfeito” logo à partida. Sempre nos guiámos por esta pergunta: como é que a tecnologia pode facilitar e potenciar este setor? Essa lógica incremental permitiu-nos evoluir continuamente. Ainda existe, por parte de algumas instituições, alguma resistência ao uso da tecnologia. Por isso, também trabalhamos a cultura e a relação com os nossos clientes, para que vejam a tecnologia não como uma ameaça, mas como uma aliada no seu dia-a-dia.

“Há quem diga que somos o ‘Uber da enfermagem’. E, sim, é uma analogia fácil de fazer, mas é incompleta.”

A MyCareforce propõe uma solução flexível num setor tradicionalmente marcado por estruturas rígidas e hierarquizadas. Em que medida acredita que esta flexibilidade está a reconfigurar a própria noção de carreira para enfermeiros e médicos?

[Tânia Simões] O setor da saúde, neste momento, continua muito marcado por processos de integração longos, exigentes, e por estruturas bastante rígidas. Afinal, estamos a falar de cuidados de saúde. No entanto, noutros países europeus, soluções como a MyCareforce já existem há alguns anos e com bons resultados. A ideia de que um profissional liberal é menos competente ou menos dedicado está a cair por terra. O paradigma nos recursos humanos está a mudar, não só na saúde como em todos os setores.

Hoje, os profissionais valorizam cada vez mais a gestão do seu próprio tempo e a sua qualidade de vida. A MyCareforce dá-lhes essa possibilidade: escolherem quando, onde e como querem trabalhar, em que instituição, em que horário, em que localização. Isso é profundamente valorizado. Se as instituições de saúde ainda não olham para isto de forma positiva, vão inevitavelmente ter de começar a fazê-lo, porque são os próprios profissionais, inclusive do SNS, que se estão a desvincular de contratos para passar a atuar como prestadores de serviços.

Isso tem efeitos na prestação de cuidados?

[Tânia Simões] Essa flexibilidade tem impacto direto na qualidade dos cuidados prestados. Um profissional menos sobrecarregado, com mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional, está mais disponível física e emocionalmente para responder a situações clínicas exigentes. E isso, num setor de emergência e imprevisibilidade como a saúde, é vital. A MyCareforce entra exatamente aqui: para ajudar as instituições a compreender que, para além dos profissionais contratados, vão sempre precisar de equipas complementares. A população está a envelhecer, os doentes chegam cada vez mais doentes aos hospitais e a pressão sobre os serviços é crescente.

E há ainda um problema estrutural: continuamos a investir pouco em cuidados de saúde primários. A maioria dos cidadãos, quando sente algo, vai diretamente para o hospital e é aí que tudo se acumula. Depois, dentro dos hospitais, a gestão nem sempre é eficiente. Temos doentes internados dias ou semanas apenas à espera de uma ressonância, ou de um táxi para ir para casa, o que retira camas a quem realmente precisa de internamento.

“A ideia de que o vínculo formal é o que garante estabilidade é, em muitos casos, ilusória.”

Como é que se garante a qualidade e a segurança dos profissionais que se registam na plataforma?

[Tânia Simões] Todos os profissionais que se registam na plataforma têm de cumprir um conjunto de critérios rigorosos. Desde logo, o cartão da Ordem dos Enfermeiros tem de estar válido; sem isso, não é possível realizar qualquer turno através da MyCareforce. Ou seja, não é qualquer pessoa que se pode candidatar a oportunidades. O perfil de cada profissional é validado individualmente antes de poder começar a trabalhar. Para além disso, todos os profissionais têm de aceitar e cumprir as políticas e condições da plataforma. Por exemplo, se cancelarem um turno com menos de 72 horas de antecedência, sem uma justificação legal válida, podem ser suspensos, temporária ou definitivamente. O mesmo acontece em casos de má conduta nas instituições de saúde. Nesses casos, a suspensão é permanente. Há, portanto, um sistema de validação e de responsabilização que assegura não só a qualidade dos profissionais, mas também a confiança por parte das instituições.

Os profissionais podem negociar os valores dos turnos? Como é que isso funciona?

[João Hugo Silva] Não, os valores são fixos e definidos pelas unidades de saúde. Cada unidade é que propõe o valor/hora a pagar e os profissionais têm acesso a essa informação desde o primeiro momento. Ou seja, quando um profissional consulta um turno disponível, já sabe exatamente quais são as condições e o valor associado, não há negociação posterior.

Há quem critique e diga que a gig economy na saúde pode prejudicar a profissionalização e a continuidade dos cuidados. Como responde aos riscos da rotatividade elevada e da falta de vínculo entre profissionais, instituições e pacientes?

[Tânia Simões] A falta de vínculo não é, na nossa experiência, uma consequência inevitável deste modelo. Pelo contrário: tudo depende de como o profissional é acolhido pela instituição. Se for recebido com respeito, se lhe for atribuída uma farda, se for integrado como qualquer outro elemento da equipa, isso cria pertença, independentemente do tipo de contrato. Vemos muitos exemplos disso: os profissionais que se sentem bem numa instituição regressam regularmente. Algumas unidades de saúde até já têm os seus “enfermeiros favoritos” que são aqueles que conhecem os serviços, são reconhecidos pela equipa e com quem se cria uma rotina de confiança. É uma escolha mútua. O vínculo, aqui, constrói-se pela prática e pelo ambiente de trabalho, não pelo formalismo contratual.

“A digitalização deve ser uma aliada, não um substituto da relação humana.”

Mas essa rotatividade não poderá, ainda assim, promover precariedade na profissão? Sobretudo pela ausência de estabilidade contratual?

[Tânia Simões] A ideia de que o vínculo formal é o que garante estabilidade é, em muitos casos, ilusória. Já vi muitos profissionais com contrato efetivo saírem no primeiro mês e já vi outros a contrato de prestação de serviços manterem colaborações regulares e duradouras com as mesmas instituições. O que determina a continuidade é a qualidade da relação e o alinhamento com os valores da unidade de saúde. Claro que a instabilidade pode existir, mas não é exclusiva deste modelo. Um contrato sem termo não é, por si só, garantia de permanência nem de envolvimento. A estabilidade verdadeira vem de boas condições de trabalho, respeito mútuo e propósito partilhado.

Existe aqui uma linha ténue, não é? Entre preencher falhas estruturais do sistema e, de certa forma, depender delas para crescer. Como é que a MyCareForce equilibra esse paradoxo ético?

[João Hugo Silva] Nós não criámos um problema, somos o resultado dele. E não temos qualquer interesse que ele se perpetue. Aliás, se um dia a MyCareForce deixasse de fazer sentido porque o sistema está plenamente funcional e eficiente, isso seria uma excelente notícia para todos. Mas enquanto esse desequilíbrio existir, e infelizmente existe, acreditamos que temos o dever de construir soluções que mitiguem os seus efeitos. O nosso crescimento não é movido pela exploração de uma falha, mas pela resposta a uma necessidade real, urgente e persistente. É diferente de criar um problema para depois o vender como solução.

E depois é importante ver o outro lado da moeda: se plataformas como a nossa não estivessem a garantir serviços mínimos em hospitais como o Garcia de Orta ou o Beatriz Ângelo, que impacto real teria isso no cuidado ao doente? Quem estaria lá para fazer a triagem? Para estar presente junto do utente, que passa a maior parte do tempo com o profissional de enfermagem?

Na sua perspetiva, também enquanto enfermeira, de que é que o setor da saúde precisa, estruturalmente, para garantir que projetos como a MyCareForce não sejam apenas "soluções-tampão”?

[Tânia Simões] O primeiro passo é deixarem de nos ver como tal. O setor precisa de uma mudança de mentalidade, sobretudo ao nível da gestão hospitalar. Estas soluções devem ser vistas como ferramentas estratégicas, tanto para benefício dos utentes, como dos próprios profissionais e da sustentabilidade das instituições. Dou um exemplo: se num serviço de internamento tenho quatro profissionais escalados e apenas dez utentes, o rácio fica inflacionado e estou a desperdiçar recursos. Com uma gestão mais flexível — e aqui entra a tecnologia — é possível alocar profissionais onde são realmente necessários, nomeadamente em picos sazonais, como no verão, quando urgências fecham e há maior pressão noutros pontos do sistema.

O problema é que os hospitais ainda funcionam em silos. Um profissional é contratado para um serviço específico, e não para a instituição como um todo. Falta uma visão mais integrada, mais “holística” da gestão, como aquela com que os enfermeiros são treinados para ter em relação ao doente. Tal como não podemos olhar para o doente em partes, também não podemos continuar a olhar para os hospitais como conjuntos de departamentos isolados. A gestão tem de evoluir nesse sentido.

“A MyCareforce oferece aos profissionais o quando, o onde e o como querem trabalhar. (…) Isso é bastante favorável.”

Principalmente depois da pandemia, vimos vários setores acelerarem a digitalização e repensarem os seus modelos de trabalho. Qual é a sua visão para o futuro do trabalho na saúde? Acredita que caminhamos para algo mais descentralizado, digital e/ou sob demanda?

[Tânia Simões] Sem dúvida. Estamos a caminhar para um modelo cada vez mais digital, com a inteligência artificial (IA) a desempenhar um papel crescente, seja ao nível das consultas seja até em intervenções cirúrgicas, algumas das quais já começam a ser feitas remotamente com apoio tecnológico. Na prestação de cuidados diretos, no contacto físico e emocional com o doente, ainda há muito que não pode ser substituído. Mas nas fases de diagnóstico, triagem ou apoio à decisão, acredito que a IA poderá oferecer respostas mais rápidas e assertivas do que esperar horas por um resultado ou por um parecer clínico.

Ainda assim, é essencial avançarmos com cuidado. A digitalização deve ser uma aliada, não um substituto da relação humana. Podemos atualizar a forma como cuidamos, mas nunca perder de vista que é de pessoas que estamos a falar — e pessoas precisam de pessoas.