
Nicolás Maduro foi esta segunda-feira oficialmente proclamado presidente eleito da Venezuela pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), mas apesar da vitória alegou estar em curso uma tentativa de golpe de Estado "de natureza fascista", perante dúvidas sobre o processo da sua reeleição, rejeitada pela oposição e parte da comunidade internacional.
Maduro denunciou uma tentativa de impor um "golpe de Estado" na Venezuela, enquanto a oposição reivindica vitória e grande parte da comunidade internacional está cética.
"Está a ser feita uma tentativa na Venezuela para impor um golpe de Estado, mais uma vez, de natureza fascista e contrarrevolucionária", frisou Maduro, durante a cerimónia de proclamação como Presidente reeleito, na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Maduro garantiu que este é "o mesmo filme" e "com um argumento semelhante" ao que viveu em 2019, em que "os protagonistas" são "os mesmos".
O líder chavista alegou que "estão a ser ensaiados os primeiros passos falhados para desestabilizar a Venezuela" e para impor novamente um "manto de agressão e danos", uma "espécie de filme Guaidó 2.0", em referência ao período em que o opositor se autoproclamou "Presidente interino" do país, um 'mandato' reconhecido por cinquenta países que nunca foi capaz de exercer, carecendo de instituições e de poder real.
Maduro segue para o terceiro mandato
O Comissão Nacional de Eleições proclamou oficialmente como Nicolás Maduro, após ter anunciado no domingo à noite que o líder chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições, resultado rejeitado pela oposição.
Antes da alegação de Maduro, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou os líderes da oposição Lester Toledo, Leopoldo López e María Corina Machado de serem os principais responsáveis por uma tentativa de adulterar os resultados eleitorais das eleições presidenciais de domingo.
"O ataque terá sido realizado a partir da Macedónia do Norte e teria como intenção manipular os dados que estavam a ser recebidos na CNE (...). Segundo as informações recolhidas, estão envolvidos Lester Toledo, Leopoldo López e María Corina Machado", denunciou Saab.
No domingo à noite, o CNE adiantou que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%).
Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas países democráticos demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela além de Portugal, como Espanha e Estados Unidos.
PCP saúda reeleição de Maduro e repudia "manobras de ingerência nas eleições"
No poder desde 2013, Nicolás Maduro prepara-se para um terceiro mandato de seis anos, após suceder a Hugo Chávez na presidência da Venezuela.
Com LUSA