Foi o primeiro-ministro a quem coube gerir Portugal sob intervenção da troika. Com o país em profunda crise e o PEC IV chumbado, o governo de José Sócrates e Teixeira dos Santos fora obrigado a pedir apoio internacional “numa altura em que o Estado não tinha sequer como pagar prestações sociais e salários aos funcionários públicos”.

Com a consequente demissão de Sócrates, Passos Coelho, que liderara a JSD entre 1990 e 1995 e chegara à presidência do partido em 2010, era eleito primeiro-ministro a 21 de junho de 2011. Coube-lhe aplicar o duro programa de austeridade que provocou acesa contestação social no país, mas conseguiu três proezas ao fazê-lo: recuperar a economia em tempo recorde, garantindo a saída limpa de Portugal em quatro anos; assegurar que, apesar de todos os cortes e medidas de austeridade, Portugal fosse o único país intervencionado a sair da crise com menos desigualdade (comprovam estudos económicos); e vencer as eleições em 2015, apesar de todas as decisões impopulares tomadas.

A maioria parlamentar de esquerda derrotá-lo-ia na moção de censura que deu origem à geringonça. Gestor e professor de Coimbra, deixou a política em 2018, mas é recorrentemente apontado como “o desejado” da direita às Presidenciais.