
O presidente do sindicato explicou que há seis meses o conselho de administração dos tribunais e o Conselho Superior do Ministério Público reconheceram como "direito dos trabalhadores" um conjunto de reivindicações apresentadas pelo sindicato, "mas a materialização desse direito ainda não aconteceu".
"Nós entramos em greve para que o direito dos funcionários judiciais e do Ministério Público seja efetivamente reconhecido", disse o líder do sindicato.
"Nós não vamos suspender a greve enquanto não virmos satisfeitas as nossas exigências", acrescentou o presidente do Sindicato dos funcionários judiciais e do Ministério Público, que garante uma "adesão de 100%" dos trabalhadores à paralisação nos setores judiciais.
Maison Torres citou a lei orgânica das secretarias judiciais e o estatuto dos funcionários judiciais que fixam percentagens calculadas sobre o vencimento dos funcionários destes órgãos incluindo do Supremo Tribunal de Justiça.
O sindicalista acusou o Conselho de Administração dos Tribunais e o Conselho Superior do Ministério Público de aplicar estas leis para os funcionários do Supremo Tribunal de Justiça.
"Tem que se cumprir a lei na íntegra, não se pode cumprir para uns esquecendo os outros", explicou.
A greve afetou todos os tribunais da capital, dos distritos e da Região Autónoma do Príncipe.
Maison Torres lamentou que os trabalhadores tenham adotado a medida extrema, atirando a responsabilidade de uma solução negociada para o Conselho de Administração do Supremo Tribunal de Justiça.
Reclama a necessidade de "valorizar outros funcionários", defendendo que "há nos tribunais e no Ministério Publico coisas que têm que ser corrigidas".
O líder dos grevistas anunciou que decorre esta tarde uma nova ronda negocial, garantindo, no entanto, que enquanto as partes não chegarem a um entendimento a greve vai prosseguir.
Consta também na lista das reivindicações duas viaturas, uma para diligências de captura e condução dos reclusos à cadeia e outra para diligências com arresto, penhora e notificações em tempo de chuva e transporte dos funcionários para as suas residências quando trabalham para além das horas normais de expedientes, designadamente nos casos de legalização da detenção e dos arguidos presos.
Armas e algemas para oficiais de justiça durante as diligências, promoções na carreira de escriturário e oficiais de justiça com mais de 10 anos de serviço, bem como formação no estrangeiro fazem parte igualmente das exigências dos funcionários judiciais e do Ministério Publico.
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