O verão é mais do que a estação do calor e das férias. Para milhares de jovens em Portugal, assinala também o início de uma etapa exigente e com algumas incertezas: a escolha do curso e da faculdade. Entre médias, candidaturas e expectativas, há uma pergunta que ecoa na mente de praticamente todos: Qual é o curso certo para mim? E, talvez mais importante ainda, como saber se vou realmente gostar de estudar, e mais tarde trabalhar, numa determinada área?

Estas dúvidas são normais e fazem parte do processo. No entanto, escolher um curso não é um contrato vitalício. Trata-se, acima de tudo, de um ponto de partida e uma oportunidade para aprender, experimentar, errar, crescer e descobrir quem somos e o que queremos ser.

Durante este percurso, é fácil ceder à tentação de decidir apenas com base na empregabilidade, na pressão social ou familiar, ou até em rankings. Estes fatores têm, de facto, o seu peso, contudo há uma questão que deve surgir primeiro: em que área sinto curiosidade, vontade de aprender e capacidade de me desafiar?

Ao longo dos anos, percebi que os estudantes que tiram mais proveito da faculdade são aqueles que vão além da sala de aula. Participar em atividades extracurriculares, como projetos paralelos, júnior empresas, voluntariado, associações, ou competições, é o que realmente enriquece a formação universitária.

No caso das júnior empresas, por exemplo, é possível observar como aplicar a teoria em contextos reais transforma a aprendizagem. Trabalhar em equipa, comunicar com clientes, solucionar problemas concretos, gerir prazos e assumir responsabilidades são experiências que dificilmente se adquirem somente através de aulas teóricas, apontamentos e exames. Atualmente, são precisamente estas competências que o mercado de trabalho mais valoriza.

Portanto, ao escolher um curso ou uma faculdade, deve considerar-se também o ecossistema envolvente: Existem júnior empresas, associações académicas, competições, projetos inovadores ou oportunidades de voluntariado? Estes ambientes podem revelar talentos ocultos, fomentar competências práticas e, inclusive, fortalecer o networking, ao criar uma rede de contactos que tantas vezes faz a diferença no percurso profissional.

A faculdade é muito mais do que o lugar onde se obtém um diploma. É o espaço onde começamos a experimentar o mundo e onde, com as escolhas acertadas, podemos começar também a construí-lo. Por isso, mais do que saber, é preciso fazer.

Presidente da JUNITEC - Júnior Empresa do Instituto Superior Técnico