
A atividade turística no Alentejo registou em abril de 2025 um crescimento expressivo face ao período homólogo, refletindo a influência das férias da Páscoa e uma retoma da procura interna. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam um total de 280,4 mil dormidas na região, o que representa um aumento de 12,5% em relação a abril de 2024. Destas, 178,2 mil foram de residentes, mais 14,4%, e 102,1 mil de não residentes, mais 9,2%.
Em entrevista ao Jornal ODigital.pt, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos, analisou os dados do setor e sublinhou a tendência de crescimento no primeiro quadrimestre do ano. «Este primeiro quadrimestre é positivo, porque até ao primeiro trimestre já havia um crescimento nas dormidas no Alentejo e, portanto, somando este crescimento de abril, temos uma evolução sustentada», afirmou.
Os dados relativos aos proveitos confirmam também o dinamismo da região. Em abril, os proveitos totais cresceram 15,2% e os de aposento 15,5%, acompanhando a tendência nacional. José Manuel Santos destacou que o Alentejo foi «uma das regiões com maior crescimento em termos de proveitos globais» e que a evolução do setor está a ser sustentada principalmente pelo mercado nacional.
«O crescimento é mais expressivo no mercado nacional. Mesmo com condições climatéricas adversas nos primeiros meses do ano, o turismo interno resistiu», assinalou, acrescentando que, em abril, o número de hóspedes residentes aumentou 27% e o de não residentes 39%, em comparação com o mesmo mês do ano passado.
Apesar da evolução positiva, o responsável sublinhou que a análise ainda carece de consolidação: «Temos os dados do primeiro trimestre e os de abril, mas ainda não temos o quadro completo do quadrimestre. Precisamos de chegar ao final do primeiro semestre para fazer uma leitura mais consolidada do desempenho do destino Alentejo».
A taxa de ocupação-cama no Alentejo atingiu os 34,9%, com uma subida de 1,6 pontos percentuais, valor semelhante ao do Oeste e Vale do Tejo, e abaixo da média nacional (50,4%). A estada média na região fixou-se nas 1,79 noites, uma das mais baixas do país.
Quanto ao mercado internacional, José Manuel Santos reconhece a dependência do Alentejo em relação ao mercado espanhol. «O nosso crescimento no mercado internacional está a ser prejudicado pela dependência do mercado espanhol», afirmou, explicando que este representa cerca de 18% do total de dormidas de não residentes e 7% do total geral. «Mesmo com um mau desempenho do mercado espanhol, o Alentejo conseguiu crescer 9% em abril, o que revela a capacidade de resiliência da região», acrescentou.
O presidente da entidade regional reiterou a importância de acompanhar a evolução dos próximos meses, especialmente o desempenho em maio e junho, para avaliar a consistência dos resultados. «Para já são bons números. Vamos esperar por uma leitura mais global do primeiro semestre», concluiu.