
O secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, defendeu esta sexta-feira, durante uma visita à ganadaria Murteira Grave, na Herdade da Galeana, em Mourão, a valorização do património tauromáquico como parte integrante da oferta turística e cultural do país. A deslocação integrou o programa oficial da visita ao concelho e visou dar visibilidade à importância económica e cultural da criação de touros bravos no contexto do mundo rural.
Durante a visita, Pedro Machado salientou que é necessário olhar para estes territórios com sensatez e sem preconceitos, reconhecendo-lhes valor enquanto expressão cultural e económica: «Estamos a falar de um território que muitas vezes não está nos primeiros roteiros turísticos, mas que é território nacional e que merece ser valorizado. A especificidade do montado, da tauromaquia e da criação de raças autóctones são fatores de diferenciação que devem ser integrados na estruturação do produto turístico».
O governante referiu ainda que experiências como a da Herdade da Galeana, que já recebeu cerca de dois mil visitantes, demonstram o potencial de atratividade destas atividades para a economia local, com impacto direto na gastronomia, na fileira do vinho e noutras valências da região: «Esta complementaridade é fundamental. Não podemos deixar estes territórios para trás».
Reconhecendo que a tauromaquia é, hoje, alvo de diferentes olhares e sensibilidades, Pedro Machado sublinhou a importância de um debate descomplexado: «É preciso olharmos para este património com bom senso. Se perdermos estas raças, perdemos também um ativo, um património nacional. Devemos respeitar quem aprecia a afición e encontra nesta atividade um motivo de interesse».
A visita teve ainda um simbolismo acrescido no contexto da internacionalização do setor, nomeadamente nas ligações com mercados como Espanha, México e Argentina, onde esta expressão cultural é amplamente reconhecida. «A narrativa da tauromaquia faz parte da marca Portugal. É uma história que nos ajuda a posicionar-nos internacionalmente, também como destino cultural e identitário».
Pedro Machado concluiu reiterando que a tauromaquia pode reinventar-se, mantendo a tradição, mas adaptando-se às novas exigências sociais e comunicacionais: «Com novas regras e ajustamentos, acredito que este setor pode renovar a sua imagem junto da opinião pública. A tradição pode conviver com uma modernidade informada, respeitadora e diferenciadora».