
A greve dos taxistas em Luanda, que começou como um protesto contra o aumento dos combustíveis e tarifas de transporte público, resultou em dois dias de intensa agitação social, deixando um saldo trágico de 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções, segundo o balanço provisório apresentado hoje pelo ministro do Interior de Angola, Manuel Homem.
Os confrontos e atos de vandalismo marcaram o ambiente na capital angolana desde segunda-feira, após a paralisação convocada por cooperativas e associações de taxistas. A greve, inicialmente planeada para durar três dias, rapidamente ganhou contornos de tensão generalizada nas ruas de Luanda.
Durante a reunião do Conselho de Ministros, o Governo angolano reconheceu a gravidade da situação, com registo de vítimas civis e a morte de um oficial da Polícia Nacional.
Em reação, a Frente Patriótica Unida (FPU) — coligação da UNITA e do Bloco Democrático — emitiu um comunicado onde lamenta as perdas humanas e apela à não violência, especialmente por parte da juventude angolana. A oposição acusa o Executivo de manter uma postura autoritária e exige diálogo e concertação social para responder às dificuldades vividas pela população.
Enquanto as autoridades procuram retomar a ordem pública, o país observa com preocupação o agravamento do descontentamento social, impulsionado pela crise económica e pela escalada do custo de vida.