A Polícia Judiciária desferiu esta semana um golpe decisivo contra uma célula violenta de extrema-direita que operava em território nacional. No âmbito da operação “Desarme 3D”, seis pessoas foram detidas por fortes indícios da prática de crimes de terrorismo, incitamento ao ódio, discriminação e posse ilegal de armas, algumas fabricadas com tecnologia de impressão 3D.

A ação foi conduzida pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), no seguimento de uma investigação que detetou, em ambientes online, atividades suspeitas associadas a ideologias extremistas. Em causa está o Movimento Armilar Lusitano (MAL), grupo radical que se autodenominava como antissistema e propagava um discurso de ódio dirigido a imigrantes e refugiados.

Ao todo, foram executados 15 mandados de busca e apreensão, domiciliárias e não domiciliárias, sob autorização da autoridade judiciária competente. As diligências permitiram a apreensão de várias armas de fogo, inclusive algumas produzidas com impressoras 3D, material explosivo, dezenas de munições, armas brancas, vários equipamentos informáticos e demais elementos considerados relevantes para a investigação.

Os suspeitos são acusados de pretender constituir o MAL como uma estrutura político-militar paralela, com inspiração em modelos milicianos extremistas já identificados noutros países europeus. A Polícia Judiciária realça que o grupo se preparava para desenvolver uma milícia armada nacionalista, apoiada por uma infraestrutura tecnológica avançada e por um discurso radical altamente perigoso.

De acordo com fonte da investigação, o material recolhido confirma a intenção do grupo em atentar contra o Estado de Direito, com fortes ligações a movimentos internacionais de extrema-direita, recorrendo a fóruns digitais e redes sociais para aliciar novos membros e disseminar o seu ideário conspirativo.

Os seis detidos vão ser hoje presentes ao juiz para interrogatório judicial e eventual aplicação de medidas de coação. A Polícia Judiciária continua a recolher elementos no terreno para compreender a dimensão e ramificações desta organização, que se assume como uma ameaça real à segurança interna e à democracia portuguesa.

Com esta operação, as autoridades reforçam a vigilância sobre grupos radicais que procuram, através do uso de novas tecnologias e propaganda digital, mobilizar seguidores para ações violentas, numa escalada que preocupa os serviços de informação e segurança.