
A Polícia Judiciária (PJ) acompanha com atenção a denúncia de um alegado plano para envenenar participantes israelitas no Boom Festival, que decorrerá em julho, no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco.
A situação foi inicialmente revelada pela emissora israelita Kan News, que relatou a existência de um grupo, não identificado, que terá trocado mensagens nas redes sociais com planos considerados “sinistros” e que visavam participantes israelitas, muitos dos quais frequentam o evento após o serviço militar em Israel.
“A ideia deles era infiltrarem-se no Boom Festival porque muitos israelitas vão lá após cumprirem o seu serviço nas Forças de Defesa de Israel. E acharam que era injusto que pudessem estar incluídos”, relatou uma mulher à estação israelita, garantindo ter-se infiltrado no grupo em causa. A fonte, que solicitou anonimato, descreveu que o grupo passou de “ideias disparatadas” a verdadeiros planos de ataque, incluindo a utilização de estricnina, uma substância altamente tóxica e proibida em vários países.
O Notícias ao Minuto avança que fez algumas questões sobre o caso à PJ e que aquela autoridade judiciária limitou-se a afirmar que “está atenta” à eventualidade de existirem intenções concretas de causar danos a participantes israelitas. A mesma publicação tentou ainda obter uma reação oficial da organização do festival e da Polícia de Segurança Pública (PSP), sem sucesso até ao momento.
As mensagens trocadas no grupo, citadas pela imprensa israelita, incluem conteúdo violento e incitador ao ódio, referindo-se aos israelitas como “veteranos das Forças de Ocupação” e sugerindo ações como urinar ou defecar na comida e nas tendas, incendiar os abrigos ou adicionar substâncias tóxicas às bebidas psicadélicas consumidas no festival.
Uma das mensagens lidas pela Kan News referia: “Acordá-los e dizer-lhes que estão a receber um aviso humanitário para abandonarem as suas tendas. Garantir que estão a uma distância segura e depois incendiar as suas tendas. Depois dava-lhes a gota de estricnina para os animar.”
Outra publicação indicava: “Estricnina no ácido deles não é desmembramento de bebés. Afinal, são todos antigos ou atuais membros. O que é um pouco de estricnina para pessoas que desfizeram bebés em pedaços?”
Ainda não se sabe se a organização do Boom Festival teve conhecimento prévio destas ameaças, nem se foram feitas queixas formais às autoridades portuguesas antes da publicação da notícia internacional. Contudo, a gravidade do teor das mensagens e o risco de crimes de ódio e atentado à integridade física levantaram sérias preocupações junto das forças de investigação.
O caso poderá ter implicações no plano de segurança do evento, que atrai milhares de pessoas de todo o mundo, sendo conhecido por promover uma filosofia de paz, arte, natureza e espiritualidade.
A PJ mantém a vigilância e poderá avançar com investigações formais caso surjam provas concretas ou denúncias formais. A comunidade internacional acompanha o desenrolar da situação, sobretudo tendo em conta o atual contexto de tensões em torno do conflito israelo-palestiniano.