O Governo publicou esta semana as novas tabelas de retenção na fonte do IRS, introduzindo um benefício fiscal direto para quem aufere salários ou pensões mais baixos. Durante os meses de agosto e setembro, todos os trabalhadores e pensionistas que recebem até 1136 euros brutos mensais vão ficar isentos de desconto para IRS, uma medida que se traduz num acréscimo imediato no rendimento mensal deste segmento da população.

Esta atualização do IRS significa que, para rendimentos abaixo do limiar fixado, a percentagem de retenção será zero, refletindo-se no pagamento integral do salário ou pensão sem descontos para o imposto sobre o rendimento, durante este curto período.

Para quem aufere rendimentos acima dos 1136 euros, também há novidades positivas: os trabalhadores e pensionistas vão sentir uma redução na retenção mensal do imposto já em agosto e setembro, recebendo ainda os retroativos desde janeiro, graças à aplicação das novas tabelas. Este mecanismo replica o modelo já adotado em setembro e outubro de 2024, quando o Governo optou por suavizar temporariamente o impacto fiscal, numa tentativa de mitigar o peso do IRS durante o ano.

Fim do alívio temporário em outubro

No entanto, este ‘bónus’ fiscal tem prazo definido: a partir de outubro, terminam as isenções e retroativos, mas as novas tabelas garantem que, mesmo assim, a generalidade dos trabalhadores e pensionistas passará a descontar menos IRS todos os meses, graças à redução permanente nas taxas de retenção na fonte.

A poupança mensal efetiva irá variar segundo a situação de cada contribuinte, tendo em conta fatores como o estado civil e a existência ou não de dependentes. Ainda assim, o impacto será especialmente visível para quem integra os escalões mais baixos de rendimento, respondendo à crescente pressão sobre o custo de vida em Portugal.

Ao lançar esta medida, o Governo procura reforçar o rendimento disponível das famílias e combater os efeitos da inflação, num cenário onde as finanças pessoais se encontram sob pressão, particularmente nos extratos com salários mais modestos.