Uma nova associação foi criada em Odemira, no distrito de Beja, para apoiar a população deste concelho do litoral alentejano que já enfrentou ou que está a passar por uma “experiência oncológica”.

A nova associação, OncoMira – Pessoas e Oncologia, foi fundada em Odemira em 7 de julho e tem como objetivo apoiar os cidadãos “na promoção da saúde, na prevenção do cancro, seu rastreio e tratamento”, explica um comunicado.

“Decidimos criar esta associação, porque identificámos a necessidade de existir no nosso território uma estrutura organizada que apoiasse de forma mais próxima e humana as pessoas com doença oncológica e as suas famílias e amigos”, disse à agência Lusa a presidente da OncoMira, Doroteia Ramos.

Segundo esta responsável, em Odemira, “além dos cuidados médicos, faltava um acompanhamento contínuo, emocional, social e informativo que ajudasse a enfrentar os desafios que a doença impõe”.

“E nós queremos ser um agente ativo de mudança e solidariedade, promovendo não só o apoio direto, mas também a prevenção e a sensibilização da comunidade”, reforçou.

Na opinião de Doroteia Ramos, a associação OncoMira acaba por “preencher uma lacuna existente” no concelho.

“Apesar de existirem cuidados clínicos de qualidade, faltava uma resposta comunitária organizada para apoiar as pessoas fora do hospital, no seu dia a dia”, disse a dirigente, acrescentando que “muitos doentes e famílias sentem-se sozinhos, desinformados ou sobrecarregados com a situação”.

Por isso, frisou, “a associação surge para dar voz a estas necessidades, criando uma rede de suporte que integra dimensões emocionais, sociais e educativas, tornando o percurso menos pesado e mais digno”.

Segundo o comunicado, nos planos da associação estão a dinamização de sessões de apoio psicológico individuais e em grupo “para doentes e cuidadores”, a criação de grupos de entreajuda e partilha de experiências, e a promoção de ações de sensibilização e educação para a saúde, “focadas na prevenção e diagnóstico precoce”.

A OncoMira vai igualmente organizar atividades de voluntariado, “incluindo visitas domiciliárias ou hospitalares para combater a solidão e dar apoio prático”, assim como atividades culturais, recreativas e de bem-estar “que promovam autoestima e qualidade de vida”.

A associação pretende ainda vir a estabelecer parcerias com entidades locais, “para reforçar a resposta social e criar uma comunidade mais solidária”.