Portugal conquistou a Liga das Nações, após bater a Espanha nas grandes penalidades, e tornou-se no primeiro país a conquistar a prova em duas ocasiões (2019 e 2025). O conjunto de Roberto Martínez superou duas das seleções mais fortes do momento, começando pela Alemanha, que está longe de outros tempos a nível de talento individual e tinha algumas baixas, mas que jogava em casa, e terminando na vizinha Espanha, numa final frenética e que podia ter caído para qualquer um dos lados.

Na realidade, Munique tantas vezes difícil para os portugueses, virou local de festa, sendo que, após o triunfo em 1985, com o golo de Carlos Manuel em Estugarda, Portugal volta a poder sorrir em solo alemão, algo poucas vezes visto.

Quanto ao que se passou dentro das quatro linhas, os dois jogos têm em comum o facto de Portugal ter estado em desvantagem (com La Roja em duas ocasiões inclusive), tendo sempre uma grande capacidade mental parra ´não ir abaixo´, resistir e procurar a reviravolta. Frente à Alemanha, as entradas de Vitínha, que foi poupado depois da final da Liga dos Campeões, e Francisco Conceição (eléctrico) foram determinantes, com extremo a apontar um polaco. Também Cristiano Ronaldo picou o ponto, depois de uma brilhante assistência de Nuno Mendes.

Na final, mais problemas, como seria de esperas. A campeã europeia, sempre com as duas setas nos flancos apontadas à baliza de Diogo Costa, que eliminou a França nas meias-finais, foi um osso duro de roer, com Zubimendi a abrir o ativo e a deixar os portugueses apreensivos. Contudo, ao contrário de outros anos, esta equipa nunca se rendeu e Nuno Mendes (que potência!) empatou o encontro pouco depois. Oyzarzabal ainda viria a restabelecer a vantagem para os espanhóis, mas esta Taça tinha mesmo de vir para cá. Cristiano Ronaldo empatou o encontro, depois de uma bela arrancada de Nuno Mendes, e marcou o seu primeiro golo em finais (a sua quarta) pela Seleção, levando o encontro para o prolongamento e penáltis. Conforme referiu Rúben Neves, é muito difícil Diogo Costa não defender uma grande penalidade em cinco e o guardião, herói no Europeu frente à Eslovénia, travou o remate de Morata e Neves sentenciou o triunfo português com um remate seco e certeiro.

É uma vitória que estabelece de forma inequívoca Portugal no lote das melhores seleções do mundo, estatuto esse com o qual a equipa terá de lidar mo Mundial 2026, onde será uma das favoritas, caso confirme o apuramento, individualmente, além de Nuno Mendes, claramente o melhor do mundo na sua posição por estes dias o eleito o MVP do torneio, importa destacar o papel na final de Diogo Costa (decisivo a travar as várias investidas da Alemanha e também na final), Rúben Dias (intratável na final), Vitinha (o motor do meio-campo), Pedro Neto (um acelerador permanente) e Rafael Leão, que entrou para coloca a Espanha em sentido. Já CR7, apesar de já estar longe do auge, continua a ter uma imagem impressionante com o golo e junta aqui mais uma taça ao seu elevado palmarés. Por fim, nota para Roberto Martinez, que parecia por um fio antes da final-four se iniciar e agora estará de pedra e cal no comando técnico da selecção, tendo também ele mérito pela forma como colocou Portugal a jogar olhos nos olhos frente a uma Espanha que habitualmente nos subjugava.

Orlando Fernandes