
O Correio de Azeméis auscultou uma série de residentes das freguesias de Santiago de Riba-Ul e de Cucujães que se têm queixado dos transtornos que a ETAR do Salgueiro tem criado.
João Soares, que revelou acompanhar o mediatismo que a poluição no Rio Ul tem merecido, explicou que o problema é um pouco diferente do que se vive em Ul: “Aqui na ETAR do Salgueiro o problema não é a espuma, é o mau cheiro. Mau cheiro porque temos esgoto a céu aberto, temos tubos a descarregar diretamente no rio porque a ETAR está obsoleta. É um cheiro horrível. que não se consegue ter janelas nem portas abertas”.
O contraste visível entre o rio a montante e a jusante da ETAR também estão no topo das reclamações dos residentes. “É uma realidade, se chegarmos ali à Ponte Romana, reparamos que se consegue ver o fundo do rio e até dá gosto ver aquilo, mas a seguir a ETAR é uma miséria, não há palavras”, exemplificou Carlos Pereira que também se mostrou frustrado com os responsáveis pela ETAR, “Ninguém quer assumir as responsabilidades e o povo aqui de Santiago de Riba-Ul e parte de Cucujães aguenta com isto tudo que é uma vergonha”.
A explicação do executivo municipal, de que a espuma que tem sido vista no Rio Ul é provocada pela reação de um agente químico no tratamento de águas na ETAR do Salgueiro, não foi bem acolhida pelos populares, que não garantem não ver, à saída da ETAR, grande quantidade de espuma. “Aparece um bocadinho de espuma, mas nada daquilo que que aparece lá em Ul”, afirmou João Soares.
A economia local também tem sofrido com a ETAR, de acordo com os testemunhos dados ao Correio de Azeméis. A população reportou que o mau cheiro tem tido impacto em negócios como restaurantes e Alojamentos Locais.
