O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou hoje profunda preocupação com a crescente escalada de violência no Médio Oriente, apelando à contenção imediata das partes envolvidas e à urgência de retomar a via diplomática, numa posição firme alinhada com o Governo português, a ONU e a União Europeia.

Numa nota publicada no site oficial da Presidência da República, o chefe de Estado sublinha “a gravidade da situação” e associa-se ao apelo do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacando que “não há solução militar que substitua a diplomacia”. Esta reação surge horas depois de os Estados Unidos bombardearem três instalações nucleares do Irão, numa resposta à crescente tensão militar entre Teerão e Israel.

O conflito, que se intensificou desde 13 de junho com a ofensiva israelita contra o Irão, alegadamente devido à ameaça representada pelos avanços no programa nuclear iraniano e pelo desenvolvimento de mísseis balísticos, agravou-se com a intervenção direta de Washington, elevando o risco de um confronto regional de grandes proporções.

Donald Trump, atual Presidente norte-americano, foi categórico: ameaçou Teerão com novos ataques caso “a paz não chegue rapidamente”, declarando que os interesses dos EUA e dos seus aliados “estão em jogo”.

Também o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, quebrou hoje o silêncio sobre a crise e expressou preocupação com uma “grave escalada” no Médio Oriente, apelando à “máxima contenção de todas as partes” e ao “regresso às negociações”, visando uma saída pacífica para o impasse.

O programa nuclear do Irão representa uma séria ameaça à segurança mundial e não pode prosseguir”, escreveu o chefe do Governo na rede social X (ex-Twitter), em publicações feitas em português e inglês, sinalizando a dimensão internacional da posição portuguesa.

O alerta ecoa a declaração do secretário-geral da ONU, António Guterres, que se disse “gravemente alarmado” com a utilização da força militar pelos EUA e voltou a defender que a diplomacia é o único caminho possível para evitar um colapso na segurança global.

A posição concertada entre o Presidente da República, o primeiro-ministro e organismos internacionais como a ONU e a União Europeia revela a unidade institucional portuguesa em defesa da paz e do direito internacional. O apelo surge num momento crítico em que a estabilidade do Médio Oriente ameaça desmoronar, com potenciais repercussões globais, inclusive para países europeus.

A comunidade internacional observa com crescente inquietação o desenrolar dos acontecimentos, num cenário em que qualquer erro de cálculo poderá desencadear uma guerra de larga escala.

Portugal, mantendo-se fiel aos princípios da diplomacia e do multilateralismo, reforça assim a sua posição como voz ativa e equilibrada em prol da paz, reiterando que “a contenção e o diálogo são hoje mais urgentes do que nunca”.