Um episódio insólito e de grande impacto marcou este domingo, 20 de julho, no Aeroporto Internacional de Maputo, em Moçambique, onde os humoristas Gilmário Vemba, Hugo Sousa e Murilo Couto foram impedidos de entrar no país, apesar de integrarem o cartaz de um espetáculo já anunciado e aguardado pelo público moçambicano.

Os três artistas, provenientes de Angola, Portugal e Brasil, chegaram à capital moçambicana para participarem num espetáculo de comédia integrado na digressão internacional do grupo ‘Tons de Comédia’. Contudo, após aterrarem, foram imediatamente retidos na zona internacional do aeroporto, onde permaneceram sem autorização para entrar em território moçambicano. O incidente ocorreu por volta das 13h40 (hora de Lisboa), impedindo os humoristas de cumprirem a agenda prevista para o final da tarde, no Centro Cultural China Moçambique, em Maputo.

A notícia foi confirmada pelos próprios artistas mediante um direto nas redes sociais, onde relataram que as autoridades moçambicanas recusaram-se a apresentar justificações formais para o impedimento, limitando-se a informar que “não estavam autorizados a entrar no país”. O episódio gerou de imediato uma onda de indignação entre fãs e seguidores, que manifestaram o seu apoio aos artistas.

Importa destacar que Gilmário Vemba, uma das figuras de maior relevo da comédia africana e apoiante do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, já tinha atuado em Moçambique sem qualquer incidente anterior. A recusa inesperada levanta agora questões sobre os critérios de entrada de artistas estrangeiros e sobre eventuais razões de ordem política ou administrativa para a decisão das autoridades moçambicanas.

O espetáculo, integrado numa digressão internacional, acabou por ser cancelado, frustrando as expectativas do público e dos organizadores. Até ao momento, não foi avançada qualquer explicação oficial pelas entidades moçambicanas sobre os motivos que estiveram na origem deste incidente, alimentando o debate público e expondo Moçambique ao escrutínio internacional.

O caso dos humoristas barrados à entrada reforça a importância do debate sobre liberdade cultural e circulação de artistas no espaço da CPLP, sendo expectável que o tema continue a marcar a agenda mediática nos próximos dias.