O presidente do Chega, André Ventura, admitiu hoje que o partido vive um momento difícil, mas negou que a sua liderança esteja em risco. As declarações surgem após a revelação de que vários dirigentes do partido estão envolvidos em casos judiciais, incluindo prostituição de menores, furto e condução sob efeito de álcool.

À entrada para o plenário da Assembleia da República, Ventura foi questionado sobre o caso de um deputado municipal do Chega acusado pelo Ministério Público de dois crimes de prostituição de menores agravados. Este episódio junta-se à recente situação de Miguel Arruda, deputado eleito pelo partido que passou a não inscrito após ter sido constituído arguido por suspeitas de furto de malas no aeroporto.

Como se não bastasse, esta quarta-feira veio ainda a público que um deputado regional do Chega nos Açores foi detido por conduzir com 2,25 g/l de álcool no sangue, um valor que configura crime rodoviário.

Apesar da sucessão de casos que abalam o partido, Ventura descarta qualquer impacto na sua liderança. “Estou aqui para assumir os melhores momentos e os piores momentos. Este não é um bom momento, mas a minha liderança não está fragilizada”, assegurou.

O líder do partido sublinhou ainda que “o partido está nas mãos dos militantes” e que não há, agora, qualquer questão sobre a liderança. Ventura reforçou que exige “limpeza” dentro do próprio partido da mesma forma que cobra “justiça e transparência” aos adversários políticos.

“Quando há casos no Chega, não olhamos para o lado, não nos escondemos no gabinete. A justiça segue o seu curso, e nós respeitamos esse processo”, concluiu Ventura.

A sucessão de polémicas coloca o Chega sob forte escrutínio público e poderá representar um teste à capacidade de gestão de crises do partido.