Os eleitores de Évora vão escolher, nas autárquicas deste ano, um novo presidente de câmara entre as sete candidaturas até agora anunciadas, já que o atual não se pode recandidatar por ter atingido o limite de mandatos.

CDU, PS, PSD/CDS-PP/PPM, Movimento Cuidar de Évora (MCE), Chega e Bloco de Esquerda já divulgaram os respetivos cabeças de lista, enquanto a Iniciativa Liberal prometeu, no início do ano, que iria concorrer pela primeira vez, mas ainda não anunciou o candidato.

Com o ainda presidente Carlos Pinto de Sá, eleito pela CDU, fora da corrida, a coligação liderada pelo PCP escolheu para candidato o eurodeputado João Oliveira, de 45 anos, advogado, antigo deputado e ex-líder parlamentar do partido.

“A indicação de João Oliveira como candidato a presidente da Câmara de Évora traduz uma aposta prioritária da CDU em Évora, concelho cujo desenvolvimento tem a marca de décadas de gestão CDU”, realçou a coligação, aquando do anúncio.

Em quase 50 anos, desde as primeiras eleições autárquicas pós-25 de Abril, realizadas em 1976, esta câmara só conheceu a gestão de duas forças políticas, as coligações lideradas pelo PCP e o PS, costumando ser renhida a disputa entre comunistas e socialistas.

O PS também optou por um antigo líder parlamentar do partido, Carlos Zorrinho, de 66 anos, professor catedrático, que já teve vários cargos, como deputado, eurodeputado, secretário de Estado.

“Entre os eborenses há um grande sentimento de desânimo, até de algum descontentamento” e “é necessário um novo impulso”, afirmou à agência Lusa Carlos Zorrinho, quando a sua candidatura foi aprovada pela Concelhia de Évora do PS.

A candidatura de Henrique Sim-Sim, de 52 anos, vereador, líder da concelhia local do PSD e funcionário da Fundação Eugénio de Almeida, pela coligação PSD/CDS-PP/PPM é uma das duas repetentes (foi a terceira mais votada em 2021) e procura intrometer-se na luta.

Acreditando que, desta vez, terá a “confiança” da população para liderar os destinos da câmara, o candidato prometeu, em declarações à Lusa, “resolver os problemas da cidade e dar um futuro mais ambicioso” ao concelho.

A outra candidatura repetente, a única liderada até agora por uma mulher e que também quer ter uma palavra a dizer é a da também vereadora Florbela Fernandes, de 53 anos, que trabalha na Câmara de Beja, pelo MCE, que, nas eleições de 2021, ficou em 4.º lugar.

“O que nos distingue das outras candidaturas é que somos a única que só serve os eborenses e Évora, não temos mais ninguém a quem obedecer”, afirmou Florbela Fernandes, em março deste ano, numa conferência de imprensa de apresentação da candidatura.

Já o Chega volta a apresentar-se a sufrágio em Évora, depois de, na primeira vez em que concorreu, há quatro anos, ter conseguido eleger um deputado municipal, apostando agora no empresário dos setores imobiliário e agrícola Ruben Miguéis, de 41 anos.

“Évora é uma cidade que tem tudo para ser melhor do que é”, considerou Ruben Miguéis, em declarações à Lusa na altura do anúncio da sua candidatura, definindo como principal prioridade a área da habitação.

Pelo Bloco de Esquerda, o cabeça de lista é o único deputado municipal do partido em Évora, Bruno Martins, de 42 anos, psicólogo de profissão e também dirigente nacional dos bloquistas.

“O direito à habitação, proteção do ambiente, mobilidade, cuidado do espaço público, combate à pobreza e defesa da cultura”, são respostas para que “a autarquia represente um espaço de transformação política e social”, disse à Lusa Bruno Martins.

Situado no ‘coração’ do Alentejo, o concelho de Évora tem como principais alicerces económicos os setores primário e terciário, o turismo e a indústria, sobretudo a aeronáutica, e como ‘joia da coroa’ o centro histórico, classificado Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), este concelho, com 1.307,08 quilómetros quadrados de área, tinha, em 2023, uma população de 53.937 pessoas.

O atual executivo é composto por dois eleitos da CDU, dois do PS, dois do PSD e um do MCE, mas a mesa da assembleia municipal está nas ‘mãos’ dos socialistas.

As eleições autárquicas deste ano estão marcadas para 12 de outubro.