O São João da Escravilheira é uma celebração que remonta a 1983, ano em que um grupo de jovens pensou em fazer uma festa para celebrar este dia. Juntou-se uma equipa de pessoas idosas que compuseram letras e versos de músicas, idealizaram uma indumentária feita de papel e saíram à rua para celebrar o São João.

Depois desta celebração se enraizar na comunidade local, foi altura de começar a melhorar os arcos e os fardamentos. Naquela altura chegaram a ter a participar, uma marcha de pessoas adultas e uma marcha de crianças desde os 6 anos para cima. As marchas foram realizadas até ao ano de 2006 e no ano a seguir, tiveram um interregno, o que levou a que esta celebração perdesse a adesão por parte da comunidade. No ano de 2024, as marchas regressaram, e aos poucos a organização tem tentado trazer mais visitantes para este dia.

Este ano, a Associação Cultural e Recreativa da Escravilheira (ARCE) volta a sair à rua, com as marchas populares, que terão início às 21h00, em direção ao lugar da Escravilheira, passando pelo Jardim Público de Oliveira de Azeméis, pelo TeMA e chegando finalmente à sede da ARCE.

Depois das marchas populares chegarem à sede e fazerem a coreografia final, será possível contar com a banda “Menta Freska”, que será responsável por animar os marchantes e todos os visitantes. Além disso, será possível contar com tendas de comes e bebes, para todos os que visitarem a Escravilheira na noite de sábado.

Esta festividade, além de unir a comunidade e celebrar o São João, tem como propósito angariar fundos para a associação: “Por pouco que pareça, está algum dinheiro envolvido, porque os fardamentos, os adereços e todas estas situações, envolvem algum dinheiro”, adiantou o Presidente da ARCE.

Apesar de este ser um evento realizado já há muitos anos, o interregno de 2006 fez com que houvesse uma quebra na participação, fazendo com que este festejo perdesse muitos visitantes: “Agora não é fácil voltar a ativar isto e criar hábitos na população, porque passaram-se muitos anos, e as pessoas começaram a deixar de saber que existia a festa da Escravilheira. Agora estamos a retomar novamente as tradições da festa”, sublinhou Feliciano Bastos.

No dia da marcha, estarão presentes pelo menos duas pessoas, que vão acompanhar todo o percurso e angariar alguns fundos pelo caminho. A sede da ARCE está a necessitar de manutenção e todos os fundos angariados, serão uma mais-valia para dar continuidade ao trabalho e aos projetos futuros: “O nosso principal objetivo não é só angariar fundos, mas também divulgar a associação e os moradores da Escravilheira. Evidentemente que precisamos de dinheiro, mas o nosso propósito principal é divulgar a Escravilheira e as pessoas perceberem que a ARCE está de novo ativa”, acrescentou o tesoureiro.