Um minilaboratório que serve de aprendizagem sobre a implementação do hidrogénio verde está a ser desenvolvido pela Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo (AreanaTejo) e o Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).

Em declarações hoje à agência Lusa, Diamantino Conceição, da Areanatejo, explicou que o minilaboratório vai demonstrar todo o ciclo do hidrogénio renovável e a sua aplicação no setor dos transportes.

Esta iniciativa surge no âmbito do Programa INTERREG SUDOE 2021-2027, Projeto SharedH2, liderado pelo Instituto Tecnológico de Castilla y León (Espanha), contando ainda com parceiros portugueses, espanhóis e franceses, tendo uma duração de 36 meses e um investimento no total superior a 1,6 milhões de euros.

“Dentro deste projeto existe este minilaboratório demonstrativo, que deverá ficar concluído no início de setembro e uma das componentes é possuir uma bicicleta elétrica movida a hidrogénio”, disse.

“O minilaboratório, segundo o responsável, pretende demonstrar o ciclo do hidrogénio renovável e a sua utilização num meio de transporte, neste caso é uma bicicleta”, explicou.

O laboratório vai captar energia solar através de fontes renováveis e vai produzir o hidrogénio por eletrólise e fazer o seu armazenamento para depois ser aplicado na prática no setor dos transportes.

“Sendo um minilaboratório, esta aquisição (bicicleta) é uma peça fundamental para demonstrar a sua aplicabilidade”, sublinhou.

De acordo com um comunicado enviado à Lusa, os promotores explicam que a bicicleta movida a hidrogénio se apresenta como “a primeira bicicleta elétrica alimentada por célula de combustível no mercado”, fornecida por uma empresa francesa, que utiliza uma célula de hidrogénio para gerar eletricidade.

O responsável explicou ainda que a bicicleta NEO 2024 possui uma autonomia com carregamentos de hidrogénio de “cerca de dois minutos”, tendo depois uma autonomia de cerca 150 quilómetros.

“O objetivo é contribuir para uma mobilidade urbana mais sustentável, permitindo a divulgação e promoção do hidrogénio como solução energética, através do estímulo e aplicação de tecnologias emergentes, contribuindo para a maximização da participação renovável no sistema energético nacional”, lê-se no documento.

Diamantino Conceição explicou ainda que o minilaboratório “será móvel”, embora esteja sediado no “Centro Valoriza” do IPP.

“A ideia é que circule pelo território do Alto Alentejo, pelos municípios associados da Areanatejo, fazendo demonstrações didáticas ou em fóruns da temática, mostrando todo o ciclo de funcionamento”, disse.

“A bicicleta, e a intenção dela dentro do laboratório, é demonstrar a aplicabilidade desta fonte, desta tecnologia em termos de mobilidade”, disse.

Com o objetivo de contribuir para uma mobilidade urbana mais sustentável, permitindo a divulgação e promoção do hidrogénio como solução energética, através do estímulo e aplicação de tecnologias emergentes, o laboratório contou com um investimento de cerca de 10 mil euros.