"Ao longo dos anos, fomos ouvindo coisas como: "Ficas cego se te masturbares", "O sexo é só para a reprodução", "As DSTs são inevitáveis", afirmações que não passam de mitos e conceções erradas sobre sexo e orgasmos que persistem há séculos.

No entanto, os orgasmos são mais do que apenas um momento de prazer - são uma fonte de poder repleta de benefícios para a saúde. Desde fortalecer o sistema imunitário até melhorar o sono, a ciência confirma que ter orgasmos regularmente pode trazer efeitos positivos tanto para o corpo como para a mente.

Durante demasiado tempo, valorizou-se a abstinência enquanto se desvalorizava ou envergonhava o prazer. Hoje, a investigação mostra-nos uma perspetiva diferente: os orgasmos são aliados reais do bem-estar. Não há motivo para culpa ou constrangimento na vivência da intimidade - pode ser encarada como uma prática que contribui para a saúde física e emocional.

Notícias ao Minuto Melanie Eichhorn é sexóloga da Satisfyer© Satisfyer
A investigação científica moderna demonstra que a atividade sexual regular traz benefícios documentados que vão desde o fortalecimento do sistema imunitário até à melhoria da qualidade do sono. Estudos em neurociência e sexologia confirmam que a experiência orgástica é um processo fisiológico natural com impactos mensuráveis na nossa saúde.
Mais do que uma questão de prazer, trata-se de reconhecer o impacto positivo dos orgasmos na saúde. Explorar este tema inclui também compreender de que forma determinados recursos podem apoiar esse processo – e de que maneira podem ser utilizados para potenciar os seus efeitos benéficos.

6 benefícios dos orgasmos para a saúde

Redução do stress, relaxamento e melhoria do sono

Os orgasmos desencadeiam naturalmente a libertação de hormonas como a oxitocina, a prolactina e as endorfinas — substâncias associadas a sensações de bem-estar e relaxamento. Paralelamente, verificam-se níveis reduzidos de cortisol, a hormona do stress, e uma ativação do sistema nervoso parassimpático, responsável pelo relaxamento profundo. Esta resposta fisiológica contribui para o alívio da tensão acumulada, promovendo um estado emocional mais calmo e equilibrado, que pode facilitar o adormecer e melhorar a qualidade do sono. A atividade sexual regular pode, assim, funcionar como uma forma natural de gestão do stress e de promoção do bem-estar geral.

Aumento da líbido

A frequência regular de orgasmos está associada a um aumento da circulação sanguínea nas zonas erógenas e a uma maior sensibilidade ao toque, fatores que podem contribuir para o reforço do desejo sexual. Este envolvimento consistente com o prazer tende a potenciar a excitação e pode favorecer uma ligação mais profunda na intimidade.
A investigação mostra que pessoas que mantêm atividade sexual regular desenvolvem maior consciência corporal e responsividade, criando um ciclo positivo que sustenta o interesse sexual ao longo do tempo.

Função imunológica reforçada

A atividade sexual não se resume ao prazer – também estimula a circulação sanguínea, de forma semelhante a um exercício físico leve. Investigações preliminares indicam que a atividade sexual pode ter efeitos positivos na função imunitária. Embora a investigação nesta área continue em desenvolvimento, há evidência de que a atividade sexual regular pode contribuir positivamente para a saúde do sistema imunitário.

Força do pavimento pélvico

O pavimento pélvico desempenha um papel fundamental na saúde sexual, nomeadamente no controlo da bexiga. Durante a atividade sexual, estes músculos contraem-se e relaxam de forma natural, o que pode, ao longo do tempo, contribuir para a sua tonificação. A investigação sugere que a ocorrência regular de orgasmos está associada a um fortalecimento muscular nesta região, com impacto positivo na sensibilidade e na qualidade da experiência íntima.

Alívio da dor

Os orgasmos têm sido associados a um efeito analgésico natural, especialmente no alívio de cólicas menstruais e dores de cabeça. A libertação de endorfinas durante o clímax atua como um analgésico interno, o que leva muitas pessoas a recorrer ao prazer como forma complementar de lidar com o desconforto físico.

Estudos documentaram efeitos particulares no alívio de cólicas menstruais, dores de cabeça e algumas dores crónicas. Muitas pessoas descobrem que a atividade sexual pode ser uma estratégia complementar eficaz para gerir diferentes tipos de desconforto físico.

Consciência corporal, saúde física e bem-estar geral

Explorar a sexualidade de forma consciente promove uma maior conexão com o corpo e contribui para o desenvolvimento da autoconsciência física. Atividades como a masturbação e a prática sexual regular aumentam a familiaridade com a anatomia íntima, ajudando não só a reconhecer o que proporciona prazer, mas também a identificar eventuais alterações físicas — o que pode ser relevante para a deteção precoce de problemas de saúde. Pessoas com uma relação positiva com a sua sexualidade tendem a estar mais atentas ao seu corpo e a procurar cuidados preventivos de forma mais proativa.
Além do impacto emocional e psicológico, a atividade sexual pode ter benefícios físicos significativos. Representa uma forma moderada de exercício que estimula a circulação sanguínea e está associada a efeitos positivos na saúde cardiovascular.

No caso dos homens, há ainda indícios de que a ejaculação regular possa exercer um efeito protetor sobre a próstata. Uma sexualidade saudável e consciente é, assim, um componente essencial do bem-estar global. Quando abordada de forma informada, livre de tabus e integrada no quotidiano com naturalidade, pode tornar-se uma via acessível e eficaz para cuidar da saúde física, emocional e relacional."