
Intitulado 'Diálogos entre Camões e Dinamene: 500 sonetos selecionados a partir de um infinito poético de almas partidas', o trabalho parte do soneto "Alma minha gentil, que te partiste", de Luís de Camões, em articulação com uma versão alternativa criada por Manuel Portela.
"Através de um sistema de variações combinatórias, a obra permite gerar um número praticamente infinito de versões do poema: mais de 3.5 octiliões de combinações possíveis", afirmou a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC), numa nota enviada hoje à agência Lusa.
A publicação reúne sonetos selecionados por estudantes do ensino secundário de várias escolas do país, "que foram convidados a escolher, alterar e justificar as variações com base no seu entendimento poético e sensibilidade literária".
Os alunos "valorizaram a possibilidade de interagir com a estrutura poética, modificando palavras para criar versões próprias dos poemas: sentiram-se autores e intérpretes, e não apenas leitores", referiu a Biblioteca.
Segundo divulgado na nota, "acima de tudo, muitos [dos alunos] compreenderam o projeto como um diálogo intergeracional com Camões, uma forma de dar voz a Dinamene e de continuar, reinventando, a tradição poética portuguesa".
'Diálogos entre Camões e Dinamene' é um projeto de Rui Torres, que integrava a exposição 'CAMÕES 500', no núcleo 'Camões, uno e múltiplo: recriações digitais', onde se propunha uma "reflexão crítica e criativa sobre novas formas de fruição, leitura e reinvenção do legado camoniano, projetando-o para o futuro", acrescentou.
A sessão de lançamento do livro, agendada para as 18h00 da próxima sexta-feira, dia 24, encerra simbolicamente a exposição 'Camões 500', com curadoria de Paulo Silva Pereira e Filipa Araújo, que está patente na BGUC desde janeiro e encerra no dia seguinte (25 de julho).
A obra ficará disponível online após o evento.