A União Europeia de Radiodifusão (UER) atualizou, no início da semana, a política relacionada com a demonstração de bandeiras durante o Festival Eurovisão da Canção. A medida anula a proibição de bandeiras como a da Palestina no público, mas introduz restrições ao uso de bandeiras por parte dos artistas.

Segundo a CNN Internacional, quem for ver o festival ao vivo, nos próximos dias 13, 15 e 17 de maio, a Basileia, na Suíça, poderá levar qualquer bandeira permitida pela legislação suíça. Até agora, o regulamento permitia apenas as bandeiras de países participantes, da União Europeia (UE) e do orgulho gay.

O objetivo, segundo explicou a UER, é "encontrar um equilíbrio para garantir que o público e os artistas possam expressar o seu entusiasmo e as suas identidades, ao mesmo tempo que proporciona mais clareza às delegações no que diz respeito aos espaços oficiais".

A nova política proíbe bandeiras com conteúdo racista ou discriminatório, incluindo símbolos que incitem ao ódio ou à violência, bandeiras que possam ser consideradas ofensivas ou difamatórias e bandeiras com símbolos de organizações terroristas proibidas.

Em sentido contrário, o uso de bandeiras por parte dos artistas passou a ser mais restrito, estando autorizadas "apenas as bandeiras oficiais do país que representam no concurso". A regra aplica-se a todos os espaços oficiais da Eurovisão, que incluem o palco, a ‘green room’, o tapete turquesa e o palco da Eurovision Village, em Basileia.

Recorde-se que, na edição de 2024, que se realizou em Malmo, na Suécia, o cantor sueco Eric Saade - com ascendência palestiniana - foi alvo de críticas por ter usado um keffiyeh, um lenço associado à luta palestiniana, à volta do braço durante uma atuação no intervalo de uma das semifinais.

Já na final, iolanda - que representou Portugal com 'Grito' - viu a sua atuação ser banida das redes sociais e do Youtube por ter o padrão de um keffiyeh desenhado nas unhas, em vez da cor branca que usou na atuação da semifinal.

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