
Num comunicado partilhado nas redes sociais na segunda-feira, os britânicos Bob Vylan referem que "devido a complicações logísticas" decidiram não fazer a primeira parte dos norte-americanos Gogol Bordello, na digressão europeia da banda, que inclui um concerto em Lisboa, dia 11 de outubro no LAV-Lisboa ao Vivo, e outro no Porto, dia 12 de outubro no HardClub.
A digressão começa em 12 de setembro nos Países Baixos, e inclui datas na Alemanha, Luxemburgo, República Checa, Áustria, Eslovénia, Croácia, Itália, Suíça, França, Espanha, França, Bélgica e Reino Unido, além de Portugal.
No entanto, os Bob Vylan referem na publicação que atuarão na Europa "nos próximos meses, em festivais e em nome próprio" e que "haverá anúncios de concertos em breve".
Os Gogol Bordello, também numa publicação nas redes sociais partilhada na segunda-feira, começam por explicar que os concertos dos Bob Vylan "foram cancelados pelo promotor e as salas de espetáculos na Alemanha", devido "à atuação em Glastonbury".
"A decisão de os retirar dos espetáculos não foi nossa e esteve fora do nosso controlo", lê-se na publicação.
Durante a atuação no festival de Glastonbury, que decorreu entre 25 e 29 de junho, um dos elementos dos Bob Vylan gritou "Morte, morte ao IDF", sigla para Israel Defense Forces (Forças de Defesa de Israel, em português), o exército israelita, exortando o público a fazer o mesmo.
O concerto foi transmitido em direto pela BBC na sua plataforma dedicada ao festival de Glastonbury.
Em 30 de junho, a polícia britânica anunciou a abertura de uma investigação sobre os comentários feitos pelos Bob Vylan, e também pelos Kneecap, em Glastonbury.
No mesmo dia, o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) anunciou que o país revogava os vistos dos elementos dos Bob Vylan, "tendo em vista o seu discurso de ódio em Glastonbury".
Entretanto, a dupla teve alguns concertos cancelados em países como a Alemanha e o Reino Unido.
Na publicação nas redes sociais, os Gogol Bordello referem que mantiveram conversações com os Bob Vylan, após os cancelamentos na Alemanha, "de modo a explorar a possibilidade de estarem noutras datas da digressão".
"Infelizmente, é logisticamente impossível para os Bob Vylan participarem na digressão, dadas as circunstâncias. Trabalhámos diligentemente com os nossos amigos Bob Vylan para encontrar uma solução, mas acabou por não resultar", lê-se na publicação.
Os Gogol Bordello lembram que são uma banda formada por músicos de várias nacionalidades e que, "consequentemente, celebra a compreensão internacional, valoriza a liberdade de expressão de todas as perspetivas".