
A Lusafrica foi fundada em 1988 pelo empresário José da Silva, e, além da "diva dos pés descalços", Cesária Évora, gravou nomes como Bau, Lura, Elida Almeida, Tcheka ou Ildo Lobo.
A Lusafrica assinou com outros artistas africanos como Bonga e Boubacar Traoré, e alargou o seu catálogo ao universo musical latino-americano, com nomes como Polo Montañez, Septeto Habanero ou Tania Libertad.
A discográfica Africa Nostra foi criada em 2000 e "o seu catálogo coincide em cerca de três quartos com o da Lusafrica", segundo o comunicado enviado à Lusa.
Atualmente apresenta "um catálogo de mais de 4.000 títulos, incluindo toda a discografia de Cesária Évora e a de Polo Montañez".
"A Lusafrica e a Africa Nostra ocupam uma posição central na transmissão da música lusófona e africana no mundo", realça o comunicado.
"Estamos muito felizes em integrar a Lusafrica à nossa família Sony Music" e "temos o compromisso de preservar e desenvolver o legado construído pela Lusafrica, criando pontes entre mercados e gerações, em benefício dos artistas e dos fãs. A nossa 'expertise' no desenvolvimento de audiências internacionais permitirá que ouvintes do mundo inteiro descubram ou redescubram este tesouro essencial da 'world music'. Continuaremos a honrar a visão de José Da Silva e a apoiar os artistas para que alcancem novos patamares", garante no comunicado, a presidente da Sony Music France, Marie-Anne Robert.
José da Silva justifica a transação com a Sony lembrando a relação entre as duas partes: "Essa escolha não foi fácil, mas tornou-se evidente. Com o tempo, percebi que já não tinha a energia necessária para acompanhar a Lusafrica e a Africa Nostra como gostaria. No entanto, estou convencido de que é a melhor decisão: o grupo Sony tem os recursos e o 'know-how' para continuar esta aventura e, acima de tudo, conhece nosso catálogo e nossa identidade musical graças a mais de 20 anos de colaboração".
O empresário realça, no mesmo comunicado, o papel da Lusafrica "na difusão das músicas africanas, latinas e lusófonas pelo mundo, especialmente com a trajetória incrível de Cesária Évora".
"Hoje, esta passagem de bastão marca o fim de um ciclo, mas também a continuidade de um legado musical que me é muito caro", atesta José da Silva.