Um concerto de Regina Spektor em Portland (EUA), no passado sábado, ficou marcado pelas intervenções de manifestantes pró-Palestina.

A dada altura, a artista nascida na União Soviética foi confrontada por um manifestante que pediu a libertação da Palestina, reagindo mal à interrupção: “A única coisa que estás a fazer é a gritar com uma judia”.

Spektor, uma das mais acérrimas vozes pró-Israel do mundo da música, não ficou por aí: “Pensava que isto era diferente da internet. Isto é a vida real”. Um outro membro da plateia respondeu-lhe, dizendo que “ver crianças a morrer”, referência à situação que se vive atualmente em Gaza, “magoa”. Spektor pediu, então, que essa pessoa abandonasse o espetáculo: “Este não é o lugar para se ter essa conversa. Sou uma pessoa a sério, que veio aqui para tocar música. Se alguém se quiser ir embora, esta é a vossa oportunidade”.

Perante esta declaração de Spektor, que nasceu há 45 anos na antiga URSS no seio de uma família de judeus e emigrou para os EUA com 9 anos, algumas pessoas abandonaram a sala. Mais tarde, a artista faria referência à sua própria história de vida: “emigrei para os Estados Unidos em criança. Se falo inglês, foi para fugir a estas tretas”, disse. “Vim de um país onde se tratava os judeus como um ‘outro’, e está a acontecer-me o mesmo aqui. Seria bom que alguém da minha família, da minha geração, não tivesse que emigrar para outro país e aprender uma língua nova”.