Transferências imediatas sobem 46,4%, cheques são o meio de pagamento que mais cai

O Banco de Portugal revelou que, em 2024, os pagamentos eletrónicos representaram 99,8% dos pagamentos de retalho. Os pagamentos com cartões ‘contactless’ aumentaram 24%, com 91% dos cartões a terem essa opção.

O Banco de Portugal (BdP) divulgou nesta quinta-feira o seu Relatório dos Sistemas de Pagamentos relativo a 2024. De acordo com os dados revelados banco central, é possível averiguar que as transferências imediatas cresceram 46,4% nos pagamentos eletrónicos no Sistema de Compensação Interbancária (SICOI), enquanto, dentro dos pagamentos com recurso a papel, os cheques e efeitos comerciais foram o que mais caiu, 18,3%. Em termos de valor, as transferências imediatas aumentaram 47,2%, ficando com o pódio. Já os cheques tiveram também aqui a maior quebra, baixando 13,7%.

O SICOI processou e compensou 4,7 mil milhões de operações, totalizando 776,7 mil milhões de euros. Estes valores implicam uma subida de 11,2% nos pagamentos de retalho e de 4,9% no valor. Os pagamentos eletrónicos representaram 99,8% dos pagamentos de retalho sem recurso a numerário, informa o supervisor bancário, e cresceram 11,2% em quantidade e 6,6% em valor. Os pagamentos com recurso a cartão continuam a dominar, representando 89,5% do total – superando os 88,9% de 2023. Segundo o banco central, foram realizadas, em média, 11,5 milhões de operações com cartão por dia.

Apesar de representarem apenas 0,2% das operações no SICOI, os cheques correspondem a 6,7% do valor total processado. Já as transferências imediatas, apesar da maior popularidade, representam apenas 0,4% das operações processadas no SICOI e 3,6% do valor. 59,2% das transferências imediatas foram iniciadas por particulares, de acordo com o BdP.

Pagamentos com ‘contactless’ sobem 24% e 91% dos cartões têm esta opção

A instituição liderada por Mário Centeno revela que, em 2024, havia 30 milhões de cartões de pagamento ativos no país emitidos por prestadores de serviços de pagamento residentes em Portugal, um crescimento de 10,1%. Assim, em média, cada habitante tem 2,8 cartões. 91% dos cartões estavam habilitados a funcionar com ‘contactless’ no ano passado. Os pagamentos com recurso a esta tecnologia subiram 24% em quantidade e 26,9% em valor, tendo sido utilizada em 1,4 mil milhões de operações e 56,7% das compras com cartão.

O número de TPA – 93% dos quais dispõem de ‘contactless’ – subiu 5,2% e as caixas automáticas caíram 0,5%. No final do ano, havia 1,3 caixas automáticas e 49 TPA por cada 1000 habitantes. No final de 2023, estes valores eram de 1,3 e 47,4, respetivamente.

Nas compras ‘online’, a utilização dos cartões nacionais teve um incremento de 37,2%, o que equivale a uma subida de 38,3% em valor. Compras estas que representaram 18% das compras efetuadas com cartões emitidos no país e 21,6% do valor. Um aumento de 2,3 pontos percentuais e 3,6 pontos percentuais, respetivamente, face ao ano anterior. Contudo, as compras feitas a comerciantes fora de Portugal foram 55,7% do número e 59% do valor.

Em média, cada habitante do país realizou 395,3 pagamentos com cartão, 22,8 com débitos diretos, 21 com transferências a crédito, 1,8 com transferências imediatas e 0,8 com cheques. Olhando para os valores, cada habitante gastou, em média, 19,6 mil euros com cartões, 4 mil euros em débitos diretos, 41,8 mil euros com transferências a crédito, 2,7 mil euros com transferências imediatas e 4,9 mil euros com cheques.