São Tomé e Príncipe está a ultimar um programa nacional de desenvolvimento para o período 2025-2029 que exige um financiamento de cerca de 425 milhões de euros para os próximos três anos, disse nesta Terça-feira o Governo.

O plano, em fase de finalização, “precisa de um financiamento de 500 milhões de dólares”, focados na formação de recursos humanos, no crescimento “sustentável e inclusivo”, na resposta aos impactos das alterações climáticas e na reforma do Estado, disse a ministra de Estado, Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Ilza Amado Vaz.

A ministra falava em Sevilha, no plenário da IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento das Nações Unidas, que decorre na cidade espanhola até quinta-feira.

Ilza Amado Vaz sublinhou que no mundo actual, marcado por tensões geopolíticas e económicas crescentes, conflitos armados, aumento dos extremismos e contração da ajuda pública internacional ao desenvolvimento, os países mais vulneráveis são os que sofrem mais impactos.

Juntam-se as “vulnerabilidades estruturais” de países como São Tomé e Príncipe, um pequeno Estado insular em vias de desenvolvimento, cujas fragilidades são agravadas pelos “choques climáticos e económicos repetidos”.

“Mais de 80% da nossa economia está exposta” aos impactos do clima, disse a ministra são-tomense, que se dirigia a uma plateia onde estão representados 192 dos 193 países da ONU.

Ilza Amado Vaz realçou que esses impactos colocam em perigo os esforços de redução da pobreza e limitam a capacidade de resposta do Estado às necessidades fundamentais da população e pediu “Uma mudança de paradigma” na cooperação internacional e no acesso a recursos para financiar o desenvolvimento.

A ministra sublinhou que, apesar do “potencial estratégico”, da “estabilidade política”, da população jovem, da “biodiversidade excecional” e da posição geográfica vantajosa no Golfo da Guiné, persistem as vulnerabilidades estruturais em São Tomé e Príncipe.

Para o Governo são-tomense, os países em desenvolvimento e mais vulneráveis precisam de ter “acesso simplificado a instrumentos multilaterais” que permitam mobilizar mais fundos.

A ministra pediu também que os Pequenos Estados Insulares em Vias de Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) estejam representados de forma própria nos fóruns e mesas de negociação multilaterais, assim como “a criação de uma janela permanente de financiamento” para este grupo de países.

“Não há progresso se os mais vulneráveis ficarem para trás”, afirmou aa ministra, citada pela Lusa.