"Todas as ideias que facilitem crédito à habitação parece-nos positivo", disse João Pedro Oliveira e Costa na apresentação dos resultados do banco do primeiro trimestre, quando obteve lucros de 121 milhões de euros.

Ainda assim, disse que falta conhecer a medida concreta - a quem se dirige, de que rendimentos, que tipo de casas -, afirmando que muitas vezes o "diabo está nos detalhes" e que não estima que tenha um impacto significativo na concessão de crédito à habitação pelo BPI.

O programa do Governo, apresentado dia 10, prevê "garantia pública para viabilizar o financiamento bancário da totalidade do preço da aquisição da primeira casa por jovens", sem especificar a idade.

Assim, quando um banco concede um crédito a um jovem para comprar a primeira habitação, o Estado dá uma garantia sobre o empréstimo. Se essa pessoa vier a entrar em incumprimento é o Estado que paga o empréstimo ao banco.

Contudo, ainda não há mais informações sobre a execução da medida.

Para o presidente do BPI o que falta são casas e o importante seria um "grande plano de construção de habitação em Portugal", promovido pelo Estado, acrescentando que os bancos estão disponíveis para participar num processo desses através do financiamento de novas construções.

No final de março, o BPI tinha 216 mil contratos de crédito à habitação no valor de 14,6 mil milhões de euros.

Quanto a medidas para minorar impacto da subida dos juros nas famílias com crédito à habitação, até final de março, o BPI tinha 600 créditos à habitação com fixação da prestação, ao abrigo da legislação governamental, que no total valiam 89 milhões de euros. A bonificação de juros (em que Estado paga uma parte) abrangia 5.500 créditos, que valem no total 553 milhões de euros.

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