O italiano Mediobanca reportou um lucro de janeiro a março de 333,5 milhões de euros, 0,42% abaixo do trimestre homólogo. No acumular dos nove meses – o Mediobanca tem um ano fiscal de 1 de julho a 30 de junho, pelo que terminou agora o terceiro trimestre – a instituição conta com um resultado líquido de 993,2 milhões de euros, um aumento anual de 5%.

O banco destaca a resiliência das receitas, com a margem financeira a derrapar 1,1%, refletindo a redução das taxas de juro na Zona Euro e em linha com os seus pares. No entanto, sublinha que esta ligeira quebra foi compensada pelo aumento em comissões, que subiram 24,1% em termos homólogos. Assim, o Mediobanca encaixou um total de 2,78 mil milhões no exercício dos nove meses, um crescimento anual de 5,3%.

Em termos de custos, estes subiram 4,7% no total dos nove meses para 1,18 mil milhões de euros. O rácio de eficiência fixou-se em 42,5%, em linha com os últimos trimestres. Segundo a entidade bancária, o rácio CET1 foi de 15,6% e pretende distribuir um dividendo intercalar de 56 cêntimos por ação. A instituição informa ainda que já completou 71% da sua operação de recompra de ações, no valor de 385 milhões.

O Mediobanca reitera estar num bom caminho para atingir os objetivos traçados, com a margem financeira “resiliente”, um crescimento a dois dígitos nas comissões e mais 6% a 8% em lucro por ação.

Recorde-se que o Mediobanca está a combater uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) do Monte dei Paschi di Siena (MPS), que lançou no início do ano uma oferta de 13,3 mil milhões de euros pelo rival maior. A oferta não foi bem recebida no Mediobanca, que a considerou “destrutiva”. A operação foi entretanto autorizada pelo Banco Central Europeu e pelo governo italiano – que detém uma parte do MPS.

Contudo, o Mediobanca entrou no jogo da consolidação bancária e lançou, no final de abril, uma OPA sobre o Banca Generali, com o intuito de afugentar o seu possível comprador. O banco argumenta, no comunicado dos seus resultados, que esta fusão seria benéfica para todos os ‘stakeholders’, gerando várias sinergias e potenciando a empresa como “líder de mercado” na área de ‘wealth management’.

No sentido oposto, o banco volta a criticar a oferta do MPS, que tem vários riscos associados, considera. O Mediobanca enumera que o resultado seria um banco comercial de tamanho médio, altamente sensível ao cenário macroeconómico. A par disto, refere a falta de experiência do pretendente em ‘wealth management’, o principal foco do banco. A tudo isto acrescenta ainda uma desvalorização geral da instituição e pior ‘rating’ do crédito. Por fim, defende que a fusão com o Banca Generali aprofunda todos estes riscos.