
O Banco BPM, o terceiro maior de Itália, reportou um lucro de 511 milhões nos primeiros três meses de 2025, um crescimento de 38% face a 2024 e um recorde para a instituição, segundo indica a própria. A empresa acrescenta que, se a gestora de fundos Anima Holding – adquirida recentemente pelo banco – for incluída nas contas, o lucro sobe para 549 milhões.
Com estes resultados, o BPM decidiu atualizar os seus objetivos para 2025, apontando agora para um lucro anual de 1,95 mil milhões, acima dos 1,7 mil milhões ambicionados antes. Segundo a instituição italiana, o resultado trimestral coloca o banco em linha com a sua meta para 2027, que se situa em cerca de 2,15 mil milhões de lucro.
Analisando as receitas para os primeiros três meses do ano, estas aumentaram 2,9% em termos homólogos para 1,48 mil milhões. Mais especificamente, a receita não relacionada com juros representou 45% do bolo total. Este valor sobe para 49% quando se inclui a Anima nas contas e fica apenas 1 ponto percentual (pp) abaixo do objetivo para 2027. Já a margem financeira ascendeu a 816,9 milhões, 5,5% abaixo dos 864,4 milhões registados um ano antes.
Em termos de custos, o BPM conseguiu uma redução de 3,5% em relação ao trimestre homólogo, totalizando 645 milhões. Para isto contribuiu o custo de risco de 30 pontos base, abaixo da meta dos 40 pontos base idealizados na estratégia para 2027 e que levou a uma diminuição de 6 milhões em provisões. Desta forma, o rácio de eficiência da empresa baixou 3 pp em relação a 2024, fixando-se em 44%.
Sobre a aquisição da Anima Holding ocorrida neste trimestre, o banco adianta que o processo de integração começou e espera uma consolidação completa até ao final do segundo trimestre. Desta operação, estima, devem resultar 500 milhões de euros adicionais em comissões até ao final de 2027 e um total de 377 mil milhões em ativos dos clientes à data de 31 de março.
No que diz respeito ao capital da empresa, o rácio CET1 foi de 14,76%, o que já inclui o impacto de Basileia 3 e o aumento de capital do Banco BPM Vita, fruto da aquisição da Anima. O banco salienta a manutenção do rácio acima de 13%, tal como tinha previsto, apesar de não ter conseguido obter o ‘danish compromise’ do Banco Central Europeu. Já o rácio de cobertura por liquidez fixou-se em 136%.
Recorde-se que o Banco BPM está a combater uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) do rival doméstico UniCredit, que, em novembro passado, lançou uma proposta de 13,7 mil milhões de euros. A OPA começou a 28 de abril e vai até 23 de junho, com o UniCredit a ter até 30 desse mês para tomar uma decisão sobre a operação. O governo italiano já aprovou a compra, mas impôs condições que o banco liderado por Andrea Orcel diz não compreender, face às autorizações já concedidas a outras operações do mesmo género a decorrer no país.