O Governo acaba de anunciar o nome do economista Álvaro Santos Pereira para substituir Mário Centeno como Governador do Banco de Portugal. Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia e do Emprego de 2011 a 2013, no Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP) e é atualmente o economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O Governo justificou a indigitação de Álvaro Santos Pereira para o cargo de governador do Banco de Portugal por entender que esta seria a melhor escolha. Na conferência de imprensa depois do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, Leitão Amaro, assumiu que “escolhemos alguém que entendemos que é melhor, serve melhor os objetivos que se pretende para um banco central”. E argumentou, sobre a não recondução de Mário Centeno, que “Álvaro Santos Pereira é melhor escolha e a melhor” por “ser independente, não vem de dentro do Banco nem do Governo”, sem mencionar que o novo líder do órgão regulador foi ministro da Economia do Governo de Passos Coelho e saiu diretamente para o Banco de Portugal. Nas palavras do governante, Álvaro Santos Pereira é um economista “altamente reconhecido” tendo estado numa das mais importantes instituições, a OCDE, onde entrou por “mérito próprio”.

O até agora economista-chefe da OCDE ficou conhecido pela abolição dos formalismos no tratamento, quando em 2011 tomou posse como ministro da Economia.

António Leitão Amaro alertou que o nome agora proposto para liderar a instituição que regula a atividade bancária em Portugal vai ainda ter de ser aprovado em Assembleia da República. Álvaro Santos Pereira, 53 anos, nasceu em Viseu e licenciou-se em Economia na Universidade de Coimbra. Fez ainda um doutoramento em Economia na Simon Fraser University, em Vancouver. Foi docente nesta universidade, tendo vivido alguns anos no Canadá. O até agora economista-chefe da OCDE ficou conhecido pela abolição dos formalismos no tratamento, quando em 2011 tomou posse como ministro da Economia. “Chamem-me simplesmente Álvaro”, disse na altura. Foi ainda ele que referiu que o famoso pastel de nata nacional deveria ser exportado e dado a conhecer ao mundo.

Mário Centeno vai continuar a exercer funções até setembro

Segundo a Lei Orgânica do Banco de Portugal, o Governador e os restantes membros do Conselho de Administração são designados por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pela área das Finanças e após parecer fundamentado da comissão competente da Assembleia da República. Exercem os respetivos cargos por um prazo de cinco anos, renovável por uma vez e por igual período.

Segundo a agência Lusa, o parlamento termina na sexta-feira o seu funcionamento regular antes das férias e só estão previstas reuniões de comissões a partir do início de setembro, o que pode fazer com que o atual governador ainda participe na próxima reunião do Banco Central Europeu, a 10 e 11 desse mês.

“Até lá, o professor Mário Centeno estará com funções normais de representação do Banco de Portugal, exercerá a sua função e o Banco de Portugal estará naturalmente numa situação de tranquilidade institucional”, disse o ministro. Já questionado se o Governo informou, como foi habitual no passado, os partidos da oposição sobre esta escolha, Leitão Amaro não respondeu.

(Com Lusa)