Todos sabemos que o equilíbrio tradicional entre a vida pessoal e profissional está há muito ultrapassado. A revolução tecnológica e nas comunicações, que nos mantém permanentemente ligados, impossibilita o modelo clássico de trabalho “das nove às cinco”, que vigorou durante décadas, e onde era clara a separação entre trabalho e tempo pessoal. As fronteiras que antes delimitavam estes dois mundos não só se diluíram como, em muitos casos, desapareceram por completo, permitindo que um invadisse o outro.
Hoje, o paradigma é diferente e o desafio já não passa por separar o trabalho da vida pessoal, mas reconhecer a inevitabilidade da coexistência entre ambos, o que mudou o debate, que passa agora por encontrar formas de integrar o trabalho, sem sacrificar o bem-estar.
Esta nova dinâmica transforma a nossa visão. A vida profissional e pessoal estão interligadas, pelo que não se trata de garantir a sua separação, mas antes encontrar caminhos para que se possa alcançar uma harmonia, o que abre portas a novas possibilidades. Neste contexto, as empresas têm um papel essencial, traduzido em estratégias que facilitem esta integração entre dois mundos que deixaram de ser duas faces de uma mesma moeda, para se tornarem elementos complementares de um mesmo propósito.
O que significa que as medidas tradicionais, como horários flexíveis ou trabalho remoto, que têm sido implementadas como forma de garantir o equilíbrio, deixaram de ser suficientes. Este novo paradigma exige, cada vez mais, consideração sobre as preferências, valores e aspirações individuais, que têm de ser tidas em conta quando se definem os limites entre vida pessoal e profissional. O que significa que, nesta equação, devem entrar cada vez mais conceitos associados à saúde física, mental e emocional.
Não se trata apenas de uma simples gestão de tempo. A integração dos dois mundos envolve relacionamentos, interesses pessoais e a manutenção de um bem-estar geral, que tem de passar por mudanças ao nível das organizações, a quem cabe reconhecer que os benefícios de proporcionar este bem-estar aos colaboradores se vai traduzir em ganhos de produtividade e uma maior satisfação no trabalho.
Isto passa por olhar para as pessoas como um todo, em vez de as tentar compartimentalizar. Ou seja, trabalho, família, saúde, lazer e desenvolvimento pessoal são dimensões impossíveis de separar, pelo que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional tem de encontrar uma forma de as incluir. É isso que procuramos fazer na GSK, com uma estratégia integrada de gestão de recursos humanos que considera um olhar integral sobre as pessoas.
Porque reconhecemos a indissolúvel relação entre saúde física e mental, disponibilizamos a todos os nossos colaboradores formação especializada em saúde mental, complementada pelo programa “My Wellbeing”, uma jornada dedicada a fortalecer técnicas de resiliência e gestão consciente do bem-estar. Porque acreditamos que crescimento profissional e realização pessoal caminham lado a lado, cada colaborador beneficia de um plano de desenvolvimento de carreira, tendo ainda acesso a um portal interno de desenvolvimento com diversos treinos e programas formativos, em diferentes áreas, para apoiar o seu crescimento e desenvolvimento.
A importância da família é muito valorizada, pelo que, desde 2023, celebramos este valor fundamental oferecendo a todos os colaboradores que vão ser pais ou mães 18 semanas de licença de maternidade/paternidade pagas a 100%. Adicionalmente, as nossas pessoas podem também usufruir de quatro semanas de licença (paga) para cuidar de familiares de primeiro grau em estado de saúde crítico ou fim de vida, porque acreditamos que estar presente nos momentos que verdadeiramente importam não é apenas um benefício, mas um direito fundamental.
Marta Correia,
Diretora Financeira na GSK Portugal