
Sem mencionar diretamente a notícia em primeira mão de A BOLA (até porque acabou por não ser questionado sobre o tema) que dá conta da sondagem do FC Porto no sentido de eventualmente contratá-lo, o treinador Imanol Alguacil abordou esta sexta-feira em conferência de imprensa a saída já confirmada do comando técnico da Real Sociedad, após seis épocas e meia em que deixou marca inesquecível no histórico emblema.
«Como não ir embora com pena e tristeza? Estou a deixar o clube da minha vida... Saio com tristeza, claro. Queria renovar, mas sou ambicioso e queria ganhar mais. E essas são as razões, não tentem encontrar outras. Não estou cansado; o relacionamento com Jokin e o clube, com os jogadores e a equipa, é imbatível. Mas, para mim, tudo tem um começo e um fim», disse o treinador basco de 53 anos, à margem da antevisão do duelo da La Liga com o rival Athletic Bilbao, agendado para este domingo.
«Não quero nenhum drama», pediu Imanol Alguacil. «Estou triste, mas muito feliz e orgulhoso. Gostaria, como ainda faltam cinco jogos, de terminar na Europa mais uma vez e é nisso que quero que todos se concentrem nos jogos restantes», atirou o treinador apontado à sucessão de Martín Anselmi no Dragão.
«Este ano, ganhámos menos do que eu queria. E talvez seja por isso. De resto, nada mais tenho a dizer a ninguém, apenas quero agradecer aos jogadores, ao clube e aos adeptos. Saio calmo e agradecido. O meu sonho era acabar assim, em paz, e é assim que me sinto. Não quero nenhum drama», repetiu o ainda treindador da Real Sociedad.
Imanol falava, entretanto, da reação dos jogadores à notícia da sua saída: «Suponho que estão tristes, porque a nossa relação foi sempre muito confortável. Talvez eles não achassem que eu não iria continuar. Eles já sabem como quero terminar e também querem ver a Real Sociedad na Europa na próxima época.»
O motivo da saída permaneceu como tema da conferência de imprensa por mais uns minutos... «Eu queria renovar, mas não a qualquer preço, queria fazer as coisas direito. Eu disse que tinha de merecer isso. De resto, não há nenhuma razão especial, os meus sentimentos são bons. Simplesmente, não ganhei o que tinha de ganhar, de conquistar. Quero ser lembrado como uma pessoa que entrou em silêncio e que saiu agradecida e feliz», concluiu o treinador espanhol.