
60 sindicatos membros da FIFPRO, entidade que mais jogadores de futebol representa por todo o mundo, reuniram-se em Hoofddorp, nos Países Baixos, para discutir o futuro da modalidade, com destaque para as relações com a FIFA.
A FIFPRO critica o «modelo de governação autocrático» adotado pela entidade que regula o futebol mundial e critica a sobrevalorização dos interesses comerciais em detrimento da saúde, entre outras necessidades, dos atletas. O sindicato destaca a sobrecarga do calendário e as consequências para a condição física dos atletas, mas também outros problemas claros como a desigualdade e irregularidades salariais.
O presidente do Sindicato dos Jogadores portugueses, Joaquim Evangelista, esteve presente na reunião e não poupou críticas: «A FIFA não pode simplesmente ignorar uma organização legitimada e reconhecida democraticamente, só porque não gosta de ser confrontada para a resolução dos problemas .Esta reunião serviu para afirmar a união entre os sindicatos membros da FIFPRO na legitimação dos nossos dirigentes para representar e defender os interesses das jogadoras e dos jogadores no plano internacional.»
«É inaceitável que se continuem a ignorar direitos fundamentais e necessidades básicas dos jogadores, enquanto trabalhadores e seres humanos, e ao mesmo tempo se ignorem os problemas reais, que se verificam em diferentes partes do mundo. É muito fácil falar de números como os da receita gerada pelo Mundial de Clubes ou pela venda de bilhetes para o Mundial do próximo ano, mas mais difícil criar condições para que essas receitas possam ser canalizadas para resolver os problemas estruturais do futebol» acrescentou, sem esquecer a ausência da FIFPRO numa reunião entre a FIFA e vários sindicatos realizada em Nova Iorque durante o Mundial de Clubes.
Joaquim Evangelista afirmou ainda que a FIFA «decidiu que não precisa de falar com a FIFPRO» e apelou a que os futebolistas se mobilizem para exigir «respeito, justiça e solidariedade» com vista a mudanças na organização do futebol mundial.