
Duas figuras importantes do universo encarnado estiveram frente a frente. Roger Schmidt, atual treinador das águias, e Toni, um dos nomes mais respeitados no mundo benfiquista, aproveitaram a ocasião para falar, aos canais oficiais do clube, sobre os adeptos e das mais recentes épocas do Benfica.
«Ainda estou impressionado com o seu discurso, o que fez na gala do Benfica», começou por confessar Roger Schmidt a Toni.
O que é o Benfica, segundo Roger Schmidt: «Estou aqui há dois anos, não é nada comparado com o tempo que você [Toni] está aqui. Quando disse essa frase ("Se amas o futebol, amas o Benfica"), veio do coração. Ao fim de dois anos, descrever o Benfica não é fácil, porque é um clube muito especial. Muito exigente para todos os que trabalham aqui, mas um clube muito bonito. Há muito entusiasmo pelo Benfica na cidade, no país e também no estrangeiro, quando viajamos. Ganhar e perseguir os troféus é o desafio.»
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Roger Schmidt 7 títulos oficiais |
Análise às duas épocas ao serviço do Benfica: «Ao fim de dois anos, tenho uma impressão muito boa. O primeiro pareceu muito fácil, porque ganhámos muito, quase tudo, e, no final, fomos campeões. Começámos bem na segunda época, com a Supertaça, mas depois tornou-se difícil. Para mim, também foi importante sentir essa situação. Se queres mesmo perceber o Benfica, tens de fazer parte dos bons momentos, mas também é uma vantagem fazer parte dos momentos difíceis. Ficámos com essa noção na época passada e penso que será útil também para a próxima época.»
Maior surpresa na Luz: «Sabemos que o clube tem muitos adeptos, mas fico sempre surpreendido quando vamos para o estádio, de autocarro, e olhamos para o exterior e vemos toda a gente à espera dos jogadores, à espera do jogo. Quando vemos o entusiasmo destas pessoas, é sempre algo muito especial. Para mim, é muito importante.»
Continuidade de Di María: «Estou muito feliz por ele. Começou no Benfica e regressou ao Benfica. Esta é uma história fantástica de futebol, na minha opinião, porque ele poderia fazer tantas coisas diferentes. Podia ter ido atrás de mais dinheiro. Muitos jogadores tomam decisões diferentes, mas ele tomou a decisão de voltar ao clube onde tudo começou na Europa. E acho que isso diz tudo sobre o seu caráter. Se o vissem todos os dias nos treinos... Gosto muito de o ver porque ele é um exemplo para todos os jogadores, para os jogadores que estão a crescer e que observam um jogador que já teve uma carreira fantástica, mas que ainda quer ganhar em todos os treinos.»
Pavlidis, Barreiro e Beste: «[Pavlidis] é um jogador que mostrou, sobretudo nas duas últimas épocas no AZ Alkmaar, que é um avançado muito completo, com muita qualidade na finalização, a marcar golos e a fazer assistências, mas também um jogador muito trabalhador. Com Leandro Barreiro temos um jogador que é muito fiável, muito semelhante ao Florentino. Penso que ambos os jogadores, no que diz respeito à concentração tática, à qualidade, à força física, são capazes de jogar este tipo de futebol. E são muito bons a recuperar bolas, isso também é algo necessário na equipa para criar o equilíbrio certo. Niklas Beste é um jogador que jogou as duas últimas épocas a um nível muito elevado, tem um pé esquerdo fantástico na finalização, nas bolas paradas, nos cruzamentos, e é muito poderoso também nos sprints e nas corridas de alta intensidade».

Conhecimento do Benfica em criança: «Quando era pequeno, a única coisa que queria era jogar futebol, na rua, todos os dias depois da escola. Estava interessado no futebol de topo, principalmente no alemão, mas claro que também ouvíamos falar dos grandes, grandes clubes, como o Real Madrid, o Benfica, o Barcelona, o Inter... Nem podia imaginar que um dia ia fazer parte deste futebol, era apenas um miúdo que adorava futebol. Não tive uma grande carreira como jogador, como você [Toni] teve. Estive mais abaixo, por isso, não pensava fazer parte de um clube como o Benfica. Para ser sincero, é um sonho tornado realidade. Fazer parte deste clube é uma grande honra.»
Enquanto treinador das águias, Roger Schmidt liderou a equipa em 111 ocasiões: venceu 78 vezes e conquistou um campeonato e uma Supertaça.