Depois da derrota frente ao FC Porto no jogo 1 da final do campeonato de hóquei em patins (4-3), Rui Neto, treinador do OC Barcelos, lamentou que o desgaste dos seus jogadores se tenha notado durante a partida, algo que considera ter sido decisivo para o resultado final.

"Foi um jogo digno de uma final, um bom jogo, muito equilibrado, com alternâncias de domínio. Enquanto treinador, na análise que faço à minha equipa, penso que não estivemos ao nosso melhor, mas tivemos muito caráter e continuámos sempre à procura do resultado. Ainda assim, a este nível não se podem cometer os erros que cometemos, que contra um adversário com esta qualidade coletiva e individual se pagam caros. Foi por aí que começámos a perder o jogo. Na questão do power-play, fizemos tudo o que não estamos habituados a fazer e pagámos caro isso", lamentou, em declarações logo após a partida.

Aquele livre direto que poderia ter colocado pela primeira vez o OC Barcelos na frente foi decisivo? "Pode ter sido o momento mais importante. Um livre direto para inverter o resultado, mas penso que a equipa nunca caiu animicamente, porque andou sempre à procura de empatar o resultado. Senti que o golo em power-play atirou um pouco a equipa abaixo." 

Justificação para os erros? "Os atletas são humanos e já vamos em nove meses de época. Os erros de hoje têm muito a ver com a concentração dentro da pista, são de desconcentração total. O primeiro golo é uma bola metida para o meio da área, o do power-play é com uma pressão em cima, que não é como temos definido. Justifica-se com o facto da equipa estar desgastada. Claro que também podemos dizer que se não houvesse erros do FC Porto não havia golos e teríamos um 0-0. Se calhar na perspetiva do treinador foi isso que aconteceu nos nossos golos. Foram erros básicos e graves que não podem acontecer a este nível. É o oitavo jogo com o FC Porto, o hóquei está tão estudado, que tirando as transições ou as bolas paradas, os golos em ataque reduzido estão caros, porque as equipas tendem a anular a suas mais valias." 

Final continua num 50/50? "Na antevisão disse que quem ganhasse este jogo tinha de ganhar menos um jogo para ser campeão. O FC Porto tem essa vantagem, mas eu espero ganhar os próximos três jogos para ser campeão." 

Jogo de quarta-feira: "Este jogo está feito e o de quarta-feira será importantíssimo para nós, porque se não ganharmos vimos depois aqui ao Dragão para o mata-mata. Temos de fazer o nosso trabalho, que é ganhar e depois ver o que acontece aqui no Dragão." 

Falou em desgaste. Considera que a equipa não está no seu melhor momento? "Penso que nenhuma equipa consegue estar. Já vamos com 56 jogos. Tivemos agora esta semana limpa, porque eliminámos o Benfica no jogo 4, mas estamos há meses a jogar a meio e ao fim de semana. O desgaste é natural, até porque a rotação da equipa nunca foi a mesma e há jogadores mais sobrecarregados que outros. Penso que não houve predominância física nestes 50 minutos. Penso que notou-se mais o desgaste mental, ao nível da concentração, do foco, de decidir pior, que depois nascem nos erros." 

Qual pode ser a chave para o sucesso na quarta-feira? "Os jogos com o FC Porto têm sido todos equilibrados, à exceção do duelo na Elite Cup. São os pormenores que acabam por definir o jogo e hoje voltou a ser assim. Espero que na quarta-feira seja a nosso favor."