
— Que análise faz à vitória do Benfica?
— Foi um bom jogo da nossa parte. Duas partes diferentes. A nossa primeira é muito boa, ofensiva e defensivamente. Uma vez mais sinto que preparámos muito bem o jogo. É muito difícil jogar contra o Estoril, pela dinâmica que tem, pela forma como os médios vão buscar o jogo aos corredores laterais e tentam bloquear a linha defensiva. O trabalho dos nossos médios foi muito bom. Kokçu e Aursnes fizeram um jogo muito bom. E Aursnes ainda teve oportunidade de aparecer duas vezes para finalizar. Na segunda parte o jogo foi mais dividido, o Estoril mudou a estratégia, não pressionou tanto, esperou e tentou fazer mais transições. Grande defesa do Trubin [no penálti], foi decisivo. A vitória é justa, os jogadores interpretaram bem o que queríamos, marcámos dois golos. Trabalho fantástico da nossa equipa técnica. Os adeptos empurraram-nos para a frente, estiveram connosco na primeira e segunda partes e nos oito minutos de prolongamento. O mais importante era vencer e conquistar os três pontos.
— O que retira deste jogo considerando que o próximo jogo poderá ser decisivo? Sente que o Benfica não está tão confortável quando o adversário fica mais à espera?
— Não sinto isso. Sinto a equipa muito confiante, mas do outro lado está um adversário muito forte. Houve largos momentos na primeira parte em que encostámos o Estoril com a linha de cinco, três médios e dois avançados. A equipa soube, com tranquilidade, ter bola, explorar a largura e espaços. Sinto que faltavam três jogos, estava 2-0, até à situação do penálti a equipa estava confortável, surge o penálti e há uma grande defesa do Trubin. Depois é jogo e temos de dar mérito ao adversário, que tem excelente equipa. Também temos de dar mérito aos adversários. Agora é recuperar, preparar o jogo [com o Sporting] da melhor maneira e vencer o Sporting na Luz com apoio dos adeptos.
— Estava muito nervoso na segunda parte e inquieto. Temeu que a vitória e o título fugissem?
— O título não fugiria hoje. Este jogo era importante mas não decisivo. O jogo decisivo é o próximo.
— Porque estava tão nervoso?
— Próxima pergunta.
Espere, deixe-me concentrar, há bocado estava nervoso, agora estou mais calmo. Tenho de estar concentrado.
— Como explica as maiores dificuldades ofensivas na segunda parte? Houve preferência para jogar pelo corredor central?
— Não. Na primeira parte, controlámos o jogo com e sem bola, a nossa pressão foi muito forte. Estávamos preparados para o posicionamento do João Carvalho à direita ou esquerda. O João jogou no nosso lado esquerdo na primeira parte, depois à direita na segunda e a equipa interpretou isso bem. Tenho de dar mérito ao Estoril. O jogo ficou dividido e mais corrido na segunda parte, com algumas paragens, um ou outro amarelo difícil de entender. Pavlidis confessou que depois de ter visto amarelo ficou ligeiramente condicionado em termos de agressividade e os pontas de lança precisam de ser agressivos, para meter o pé, para segura. Temos também de dar mérito ao adversário. O mais importante é olhar para o jogo e sentir que a equipa estava segura, soube ser equipa, estar junta, compacta e não permitir grandes oportunidade. E conquistar os três pontos.
— Campeonato será decidido em 90 minutos. É justo?
— Claro que é, tem de ser. Não sei se será nos próximos, mas é o que dizia há dois ou três meses: as últimas jornadas serão muitos importantes e vão ser decisivas. Mais importante é conquistar o maior número de pontos e estar na primeira posição.